A vulnerabilidade dos mais velhos é cada vez maior em Portugal. A indiferença pelos problemas graves que afetam este grupo social continua a ser recorrente nos vários governos e da esquerda à direita do espetro não se veem iniciativas musculadas para alterar este quadro vergonhoso, indigno de um país humanista e civilizado da Europa.

Tendo em conta que somos um dos países da União Europeia com maior percentagem de idosos e cujas condições de vida se situam abaixo do limiar de pobreza, impõe-se abraçar novos desafios e responsabilidades.

Garantir uma qualidade de vida adequada à sua condição através de um aumento do valor pecuniário das reformas e pensões, ver os seus direitos consagrados num único diploma legal, permitir que possam participar ativamente na vida pública e na definição de políticas conducentes à prossecução dos seus direitos, assegurando-lhes um lugar de deputado na Assembleia da República, e promover a criação de um parceiro social que os represente, são prioridades urgentes para uma classe política que pretenda efetivamente dar voz e dignidade aos seniores.

Não basta que os grupos de solidariedade social e a Igreja se ocupem deste tema, é essencial que as forças políticas contribuam para a mudança de atitude para com os mais velhos e sejam o principal motor que dê o exemplo na dignificação, respeito e integração destes cidadãos, criando o respetivo enquadramento legal, zelando pelo seu escrupuloso cumprimento e estabelecendo relações de cooperação com associações ou entidades com fins similares.

A promoção ativa de atividades físicas e intelectuais como meios privilegiados de proporcionar um envelhecimento ativo, deverá ser também um dos fins a ter em conta na alteração de políticas. Incutir aos mais novos que a solidariedade intergeracional é essencial na defesa de uma sociedade mais justa e evoluída é, pois, o imperativo a seguir.