A Ikea está em negociações com o grupo sueco Ingka para o investimento num parque solar em Portugal, no âmbito da sua estratégia de sustentabilidade e implementação de critérios ESG, disse ao Jornal Económico (JE) o Chief Financial Officer (CFO) da empresa.
“Temos estado a avaliar as possibilidades de expandir o parque eólico ou expandir para parques solares. Portanto, temos todo interesse. Nós sabemos que Portugal está entre os países da Europa que tem mais sol, está perto do mar. Temos estado a trabalhar muito junto do nosso grupo para fazer um investimento em parques solares. Gostávamos realmente”, disse Ricardo Pereira.
O CFO esclareceu que ainda “nada está fechado”, contudo faz parte do plano ode investimentos no médio prazo. “A sustentabilidade dá a confiança de que somos uma empresa responsável, que também se preocupa com aquilo que é uma das maiores preocupações mundiais, além da guerra. A longo prazo, a grande preocupação é sempre a parte da sustentabilidade e das alterações climáticas. Acreditamos que isso dá confiança aos consumidores, às novas gerações, de que esta é uma empresa que se preocupa com a sustentabilidade, com o futuro do planeta”, assinalou ao JE.
A Ikea emprega atualmente 2.800 trabalhadores em Portugal e antecipa a continuação do recrutamento regular, sobretudo para o armazém logístico que está a ser construído em Loures, uma infraestrutura que servirá para encurtar a cadeia de distribuição e deixarem de estar dependentes de outros armazéns, o que também contribuirá para uma operação mais sustentável.
Em 2018, mais precisamente no final de fevereiro desse ano, a Ikea Portugal tornou-se proprietária do parque eólico do Pisco, localizado na zona de Trancoso, pertencente ao distrito da Guarda, na província da Beira Alta. O parque em causa conta com cerca de 25 turbinas, uma capacidade de 50 MW e uma produtividade anual de 156 GW/h, necessárias para alimentar lojas da marca no país.
“Acreditamos que o foco que continuamos a ter na acessibilidade, em continuar a abrir novos estúdios de planificação, e em focarmo-nos sempre em quais são as formas de expandir o nosso canal online é a forma de conseguirmos chegar mesmo aqueles clientes que estão longe do nosso mercado, dos nossos grandes centros onde nós temos as nossas grandes lojas”, explica o gestor.
O JE avançou em meados de outubro que as lojas portuguesas da Ikea vão ter uma extensa rede de carregamentos para veículos elétricos, que ultrapassará os 200 carregadores para clientes, sendo que atualmente existem apenas 24. O processo de transição energética na retalhista envolve também os trabalhadores e os fornecedores, portanto os atuais 22 carregadores disponíveis para funcionários vão praticamente duplicar para 42 entre este ano fiscal e o próximo.
“A nossa estratégia continua a ser a mesma: preços baixos, acessibilidade e sustentabilidade. Nós acreditamos que, mantendo este foco, conseguimos captar e chegar a mais clientes, e transmitir a sua confiança naquilo que somos enquanto empresa e cultura. Achamos que, conseguindo investir nos nossos produtos, em baixar preços, em chegar aos preços mais acessíveis possíveis ao cliente, transpira aquela confiança de que podem vir a Ikea comprar e transformar a sua casa num sítio agradável para estar”, concluiu Ricardo Pereira.
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