A Iniciativa Liberal (IL) declarou esta quarta-feira no Parlamento que vai aprovar a comissão de inquérito parlamentar (CPI) à TAP, mas admitiu não ter “grandes expectativas” relativamente aos seus resultados, uma vez que a CEO da companhia aérea nacional “escondeu a verdade de forma reiterada” quando questionada pelos deputados na última audição na Assembleia da República.
Christine Ourmières-Widener “nunca disse se Alexandre Reis tinha sido despedida ou se se tinha demitido” e “não respondeu qual a dimensão do seu bónus”, recordou o deputado da IL Carlos Guimarães Pinto no debate desta tarde, considerando “intolerável” esta postura. “Se fosse numa empresa privada, uma CEO que não desse respostas aos representantes dos seus acionistas, que somos nós, os deputados, seria demitida na hora e é isso que esperamos que seja feito”, atirou o parlamentar.
No início da sua intervenção, Carlos Guimarães Pinto começou por dizer que a discussão que tem sido feita nos últimos meses sobre a TAP dá “boas razões” para, quem ouve, “ficar muito confuso” com o posicionamento dos partidos.
Por um lado, “com o PSD, que ainda não foi hoje que admitiu exatamente qual seria a sua posição, aceita que a IL tem razão porque não se deveria ter injetado os 3,2 mil milhões de euros, mas não é capaz de assumir quais são as consequências de não injetar esse dinheiro”. Por outro lado, “ficaria confuso com o Chega (…) que, à frente dos sindicatos defende que se injete mais dinheiro possível”, mas quando fala para os contribuintes, acha o contrário. E ficaria confuso também com esta defesa do nacionalismo do deputado único do Livre”.
Mas, apontou ainda Carlos Guimarães Pinto, “também ficaríamos confusos com o PS” que ora usa argumentos do mercado concorrencial para justificar prémios e salários, ora usa o critério de que a TAP é “insubstituível” para justificar as injeções na companhia.
“Digam qual das duas é: ou a TAP está no mercado concorrencial ou não está. Quando é para injetar dinheiro, a TAP é uma empresa única e insubstituível, quando é para pagar a administradores, é uma empresa privada em ambiente concorrencial. Nada disto faz sentido”, criticou o deputado, concluindo ainda: “A verdade é que a gestão da TAP tem sido um deboche de má utilização de fundos públicos como nós sempre previmos que seria.”
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