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Imobiliário e consumo prejudicam recuperaçāo económica da China em julho

No mês passado, Pequim anunciou planos para utilizar 150 mil milhões de yuan (19 mil milhões de euros) de dívida pública para financiar trocas de bens de consumo, como eletrodomésticos e automóveis.
15 Agosto 2024, 10h44

A crise imobiliária e o consumo interno débil prejudicaram a recuperação económica da China, em julho, indicam dados divulgados hoje pelo Gabinete de Estatística do país asiático.

O desemprego aumentou pela primeira vez desde fevereiro, situando-se em 5,2%, em comparação com 5% em junho.

A produção industrial também aumentou mais lentamente do que no mês anterior, registando um aumento anual de 5,1% em julho, em comparação com um aumento de 5,3% em junho.

As vendas a retalho cresceram ligeiramente mais do que o esperado pelos analistas, aumentando 2,7% em termos homólogos em julho, em comparação com 2% em junho.

O porta-voz do gabinete, Liu Aihua, afirmou que a recuperação do consumo será ainda mais consolidada, tendo em conta as recentes políticas governamentais destinadas a estimular as compras pelas famílias.

No mês passado, Pequim anunciou planos para utilizar 150 mil milhões de yuan (19 mil milhões de euros) de dívida pública para financiar trocas de bens de consumo, como eletrodomésticos e automóveis.

O consumo contribuiu com cerca de 60% do crescimento económico da China no primeiro semestre do ano e espera-se que venha a assumir um papel ainda mais importante no apoio à segunda maior economia do mundo. As exportações, tradicionalmente o motor mais forte do crescimento económico da China, estão a ser atenuadas pelas fricções com os Estados Unidos, Europa e outros países.

Relativamente ao desemprego urbano – um problema delicado para o Partido Comunista Chinês – Liu disse que o aumento de 0,2% em relação ao mês anterior se deveu ao impacto causado pela conclusão dos estudos de milhões de universitários.

O investimento no sector imobiliário caiu 10,2%, em termos homólogos, nos primeiros sete meses do ano, depois de ter diminuído 10,1%, no período entre janeiro e junho.

A queda prolongada do mercado imobiliário chinês, depois de as autoridades reguladoras terem reprimido o endividamento excessivo dos promotores imobiliários, desencadeou uma reação em cadeia que fez baixar as vendas e os preços da habitação e atingiu muitos outros sectores da economia, como a construção, os materiais de construção e os eletrodomésticos.

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