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“Imposto sobre o calor”: Chega exige taxa reduzida de IVA para equipamentos energéticos

O Chega propõe revogar as normas do Orçamento do Estado para 2022 e do Orçamento do Estado para 2023 segundo as quais a aplicação da taxa reduzida de IVA a um conjunto de equipamentos energéticos cessa a sua vigência em 30 de junho deste ano, para que a taxa reduzida seja reposta, com efeitos imediatos.
6 Julho 2025, 13h10

O Chega propõe a reposição imediata da aplicação da taxa reduzida de IVA a equipamentos energéticos, que deixou de se aplicar em 1 de julho, e acusa o Governo PSD/CDS-PP de aplicar um “imposto sobre o calor”.

De acordo com uma nota hoje enviada à comunicação social, o Chega entregou um projeto de lei na Assembleia da República sobre esta matéria, que também já tinha sido objeto de uma iniciativa legislativa do Livre com o mesmo objetivo.

O Chega propõe revogar as normas do Orçamento do Estado para 2022 e do Orçamento do Estado para 2023 segundo as quais a aplicação da taxa reduzida de IVA a um conjunto de equipamentos energéticos cessa a sua vigência em 30 de junho deste ano, para que a taxa reduzida seja reposta, com efeitos imediatos.

Na exposição de motivos do projeto de lei do Chega, que tem como primeiro subscritor o líder parlamentar, Pedro Pinto, este partido responsabiliza o Governo PSD/CDS-PP por permitir este aumento do IVA de 6% para 23% e considera que “esta decisão representa um golpe fiscal direto nas famílias portuguesas”.

Para o Chega, trata-se de “um imposto sobre o calor”, aplicado em pleno verão a “aparelhos indispensáveis para garantir condições de vida dignas” e não a “bens de luxo”, que penaliza “sobretudo os idosos, as crianças e os doentes”.

“O impacto é imediato e pesado: um ar condicionado de preço médio (650 euros) passa a custar mais de 100 euros adicionais em imposto. Para muitas famílias portuguesas, este valor torna a compra simplesmente impossível”, exemplifica o partido.

O Chega aponta ainda ao executivo chefiado por Luís Montenegro uma escolha “consciente de arrecadação fácil, feita sem estudos técnicos, sem avaliação séria de impacto e sem qualquer justificação plausível”, que se traduz numa quebra da previsibilidade fiscal e da confiança.

“O Governo não só penaliza quem quer investir em climatização mínima para ter conforto, como ataca a própria renovação tecnológica do parque habitacional. Em vez de facilitar a substituição de equipamentos obsoletos e ineficientes, encarece-a de forma quase proibitiva”, criticam os deputados do Chega.

Com a reposição imediata da taxa reduzida de 6%, afirmam que será devolvida “justiça fiscal às famílias”, na compra de “equipamentos de climatização, bombas de calor e dispositivos energéticos essenciais”.

Na segunda-feira passada, o Livre apresentou um projeto de lei com o mesmo objetivo, revogar a cessação da vigência da taxa reduzida de IVA em 30 de junho deste ano, enquanto o PS questionou o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, se esta decisão teve origem em algum estudo.

Dias antes, a associação ambientalista Zero considerou que o aumento previsto do IVA aplicado a equipamentos de ar condicionado e painéis fotovoltaicos constituía um “atentado à política climática” e que Portugal caminhava em sentido contrário ao da União Europeia.

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