As notícias que finalmente chegaram sobre o pagamento de impostos por parte do presidente Donald Trump parecem não estar a surtir o efeito desejado pelos democratas e, a acreditar nos jornais norte-americanos, o partido está a trabalhar num cenário de empate técnico no final do dia 3 de novembro.
É a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, que está a dirigir os esforços democratas, apelando a que o partido se prepare para um cenário eleitoral único que pode inclusivamente passatr pela exigência que o Congresso decidir o resultado das eleições.
Em carta dirigida aos democratas da Câmara, Pelosi alerta para a eventualidade de Trump pedir àquele organismo para decidir as eleições se não estiver claro qual dos dois candidatos recebeu o mínimo de 270 votos no Colégio Eleitoral.
Trump tem questionado repetidamente a segurança da votação pelo correio e agora os democratas temem que o presidente possa tentar fazer com que a contagem desses votos seja interrompida para que o resultado da eleição seja determinado pela Câmara.
De acordo com a Constituição dos Estados Unidos, a Câmara dos Representantes votaria por delegação estadual para resolver o problema, com cada Estado tendo direito a um único voto. Enquanto os democratas controlam a Câmara (232 assentos contra 198 dos republicanos), o partido de Trump controla uma maioria de 26 delegações estaduais contra 22 democratas. A Câmara não determina o resultado de uma eleição presidencial desde 1876.
O ‘New York Times’ publicou esta segunda-feira o primeiro trabalho de uma série que promete colocar a descoberto 20 anos de declarações fiscais do multimilionário, mas num primeiro momento não é claro que os eleitores estejam a debandar do partido republicano devido ao que foi apurado sobre a matéria.
As declarações fiscais do antigo magnata do ramo imobiliário estão no centro de uma batalha jurídica, uma vez que Trump sempre se recusou a publicá-las, ao contrário dos seus antecessores.
“O ‘New York Times’ obteve informações fiscais relativas a mais de 20 anos de Trump e das centenas de empresas que compõem o seu grupo, incluindo informações detalhadas sobre os seus dois primeiros anos de mandato – o trabalho não inclui as suas declarações de rendimentos de 2018 ou 2019”, escrevem os autores da investigação.
Mas para além da questão fiscal há uma outra dimensão da investigação: os negócios de Trump parecem ter beneficiado da sua posição enquanto presidente dos Estados Unidos e “as suas holdings podem ter criado potenciais conflitos entre os seus interesses financeiros e os interesses diplomáticos da nação”, escreve o jornal.
Um advogado do grupo de Trump, Alan Garten, disse ao New York Times que “a maioria dos factos, se não todos, parecem estar incorretos”, acrescentando que o Presidente “pagou dezenas de milhões de dólares em impostos pessoais ao governo federal, incluindo o pagamento de milhões em impostos pessoais desde que anunciou a sua candidatura em 2015”.
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