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Impresa fecha acordo com MFE – Media For Europe que fica com 32,9%

A empresa italiana passa a deter 32,934% do grupo português  e a família Balsemão, através da Impreger, fica com 33,738%, mantendo o controlo da Impresa. A venda é acompanhada de um acordo parassocial.
Cristina Bernardo
26 Novembro 2025, 18h51

Foi finalmente assinado o acordo para a entrada de um acionista estratégico na Impresa, dona da SIC e Expresso.

A empresa italiana passa a deter 32,934% do grupo português  e a família Balsemão, através da Impreger, fica com 33,738%, mantendo o controlo da Impresa.

Nos termos do Acordo de Investimento, a MFE compromete-se a subscrever novas ações da Impresa a emitir em aumento de capital social no montante de até 17.325.000 euros (17,3 milhões de euros), com supressão do direito de preferência dos acionistas, a aprovar pelo Conselho de Administração da Sociedade, mediante autorização da Assembleia Geral da Sociedade para o efeito, a um preço por ação de 0,21 euros, valor que corresponde ao preço médio ponderado pelo volume verificado nos seis meses anteriores ao dia 15 de outubro de 2025 (inclusive).

O Acordo de Investimento prevê ainda a celebração de um acordo parassocial entre a MFE e a Impreger relativamente ao futuro governo da Impresa e que atribui direitos à MFE em linha com a sua participação e prevê a continuidade de controlo por parte da Impreger.

Nos termos do acordo parassocial também celebrado entre as partes e que será assinado e entrará em vigor após a verificação das referidas condições, o controlo da Impresa e das suas subsidiárias continuará a ser exercido pela Impreger, cuja acionista maioritária é a Balseger, por sua vez detida em partes iguais pelos cinco filhos de Francisco Pinto Balsemão.

“A plena efetividade do acordo de investimento e, portanto, a subscrição do aumento de capital, está dependente das devidas autorizações regulatórias, da confirmação, por parte das instituições bancárias credoras da Impresa, de que a celebração do acordo não determina o acionamento de cláusulas de resolução ou de vencimento antecipado em contratos de financiamento e da aprovação, pela Assembleia Geral da Impresa, de autorização ao Conselho de Administração para deliberar e realizar o aumento de capital”, revela o grupo.

Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, diz-se orgulhoso com esta parceria, “já que a MFE é um grupo de media líder na Europa, com quem partilhamos uma visão de futuro baseado na produção de conteúdos de qualidade, na proximidade aos espectadores e na inovação tecnológica. A minha família e eu gostaríamos de agradecer a Pier Silvio Berlusconi, à sua família e a toda a equipa da MFE pela confiança e pelo espírito de colaboração com que este acordo foi construído”.

“A Impresa traz para este projeto a sua experiência ímpar, os seus valores reconhecidos de liberdade e independência jornalística em Portugal e a sua ligação única com o público português. Estamos convictos de que teremos a capacidade de desenvolver sinergias tangíveis e duradouras que beneficiem todas as partes envolvidas, em particular no que respeita ao seu crescimento, à expansão da atividade digital e ao potencial desenvolvimento de novas áreas de negócio”, acrescenta.

“O legado de Francisco Pinto Balsemão na formação do panorama mediático português é muito reconhecido e é altamente considerado pela MFE. O envolvimento contínuo da família Balsemão será fundamental para impulsionar a direção estratégica da Impresa e enfrentar os desafios que se avizinham”, declara a MFE em comunicado enviado ao mercado italiano.

No contexto das negociações com a MFE – MediaForEurope N.V., e por questões de transparência e igualdade de informação ao mercado e aos investidores, a Impresa Sociedade Gestora de Participações Sociais anunciou ao mercado que “a dívida remunerada líquida situou-se em 145 milhões em outubro de 2025, refletindo uma redução de 2% face a junho de 2025.

Entre junho de 2016 e outubro de 2025, a dívida remunerada líquida apresenta uma tendência global de redução. No período acumulado, o Grupo reduziu a sua dívida remunerada líquida em mais de 26%, o que corresponde a cerca de 51 milhões de euros.

A Impresa tem a expectativa que a dívida remunerada líquida a 31 de dezembro seja inferior à reportada a 31 de outubro de 2025.

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