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Inatividade física gera perdas de 330 milhões em receitas por ano em Portugal

Dados fazem parte do estudo sobre o valor do desporto português e o seu financiamento entre 1996 e 2024. cada trabalhador inativo custa à economia portuguesa, por ano, 1.049 euros, representando menos 7% do rendimento médio disponível per capita, resultando um total de 900 milhões de euros, com a redução do PIB.
1 Outubro 2024, 11h40

A falta de investimento no desporto português e a baixa percentagem de praticantes estão a gerar perdas de receitas e do Produto Interno Bruto (PIB) para Portugal, segundo o estudo “O valor do Desporto português, o seu financiamento (1996-2024) e o seu futuro” realizado pela Confederação do Desporto de Portugal, apresentado esta terça-feira.

Os responsáveis apontam dados da Deloitte sobre o impacto económico da inatividade física e onde cada trabalhador inativo custa à economia portuguesa, por ano, 1.049 euros, representando menos 7% do rendimento médio disponível per capita, resultando um total de 900 milhões de euros, com a redução do PIB. Ou seja, representa mais 569 milhões de euros de custos para a saúde pública e 1,44 mil milhões de euros de PIB perdido devido à redução da produtividade e 330 milhões de euros de receitas que o Governo não arrecada, devido à redução da produtividade.

“Entre 1996 e 2023 o financiamento no desporto nunca ultrapassou os 50 milhões de euros, tendo oscilado entre os 28 milhões de 1997 e os 46 milhões de euros no ano passado”, refere Fernando Tenreiro, economista, investigador em economia do desporto e um dos autores deste estudo, em conjunto com Jorge Carvalho, diretor do departamento de desporto do Instituto Português do Desporto e Juventude entre 2012 e 2022, Jorge Sousa, membro da Coordenação Nacional do Desporto Escolar entre 1999 e 2024 e

De resto, o economista salienta que quando se fala que há um aumento no desporto, esse aumento é aparente. “Em 1996 até 2006 houve financiamento para as federações desportivas, mas que depois deixou de existir”, afirma Fernando Tenreiro.

As estatísticas europeias (Eurostat – Eurobarómetro da Atividade Física 2022), indicam que Portugal possui 22% de prática desportiva regular e, para alcançar a média da UE (66% em 2022), teria de crescer 44%, o que representaria, em 2023, cerca de 4.681.479 praticantes regulares, de 10.639.726 residentes em Portugal.

“Multiplicando esses 4.681.479 praticantes por 330 euros (média de custos per capita do intervalo 220-440 euros definidos pela OMS como custo da inatividade física anual), o benefício do investimento feito em prática desportiva representaria uma poupança de mais de 1,5 mil milhões de euros com custos de saúde”, indica o estudo.

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