Uma das principais matérias que se ensina a um aluno do 1º ano de qualquer licenciatura em Economia ou Gestão de Empresas, é que o objectivo máximo de qualquer empresa é o da criação de valor para clientes e accionistas, potenciando para estes últimos toda a sua atitude de gestão. Aprendem-se técnicas de gestão que se consubstancializam numa alavancagem de conhecimentos, por forma a que os gestores consigam atingir os seus objectivos.
É tão importante para o accionista a maximização do seu investimento que procura sempre os melhores e, além disso, institui prémios para o bom desempenho dos seus gestores.
Estes gestores, para que consigam melhorar as suas “performances” e serem apreciados pelo accionista e mercado em geral, frequentam cursos e pós-graduações várias, que lhe vão conferir novas competências ou aperfeiçoando aquelas que já possuem, dando-lhes novas ferramentas para serem sempre os melhores.
Procuram a dinâmica do empresário schumpeteriano, estando numa atitude de permanente inovação, sempre um passo à frente dos seus concorrentes, sendo referência no mercado e apresentando novas soluções, novos produtos e novos serviços, por forma a manterem sempre a dianteira.
Além dos proveitos financeiros que retiram da excelência e do rigor do trabalho apresentado, capitalizam também respeito e admiração, não só pelos seus accionistas como também por aqueles que são os seus pares no mercado que diariamente disputam.
A apresentação de bons resultados é definitiva para se fazer o julgamento de qualquer gestor. Por vezes (muitas vezes) associa-se o sucesso de determinada empresa ao seu presidente, ao seu director-geral ou seja lá quem for a pessoa de máxima responsabilidade nessa organização.
Do meu ponto de vista, nenhum gestor deveria gostar de se ver associado a uma empresa que gere maus resultados. Tal situação compagina e configura um apontamento negativo no seu curriculum, a que todo o gestor quer escapar. Por tudo o que venho dizendo é que encontro bizarro e incompreensível como certos gestores se associam a projectos que, de antemão, já se sabem ser ruinosos e desprestigiantes. Tenho extrema dificuldade em entender essas escolhas.
No mundo da gestão não pode ser só o dinheiro a mover vontades. Pelo contrário, o dinheiro deverá ser a contrapartida de um desempenho de excelência. Faço um enorme esforço e só consigo compreender (muito vagamente) se o leitmotiv que move o gestor para um projecto falido for o seu elevado sentido de missão assente numa fé inabalável, qual anacoreta no seu retiro nos confins de um deserto. Mas sendo este o caso, não deveria receber qualquer retribuição, porque todos os desafios movidos pela fé não deveriam ser pagos. A fé não tem preço! É o acto de se acreditar ou não.
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.