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Indústria conserveira nacional candidatou-se a projetos de investimento no valor de 24 milhões de euros

O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, revelou que foram apresentadas oito candidaturas que preveem apoios públicos num montante agregado de cerca de 12 milhões de euros.
  • Ricardo Serrão Santos – Ministro Do Mar
7 Setembro 2020, 08h11

A indústria conserveira nacional apresentou oito projetos de investimento candidatáveis a financiamento comunitário no valor conjunto de 24 milhões de euros, revelou na passada sexta-feira o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, na cerimónia de apresentação do novo produto da empresa açoriana Conservas Santa Catarina, a marca gourmet de atum maturado ‘Mestre Saul’, que decorreu no El Corte Inglés, em Lisboa.

“A indústria conserveira nacional é um exemplo da recuperação da economia baseada na sustentabilidade. Neste momento, estão a decorrer oito candidaturas a projetos de investimento da indústria conserveira nacional ao nível dos fund0s comunitários com valores elegíveis de 24 milhões de euros, com apoios públicos previstos de cerca de 12 milhões de euros”, assegurou Ricardo Serrão Santos.

O ministro do Mar assinalou que “as empresas conserveiras portuguesas são conhecidas nacional e internacionalmente pela sua qualidade, muito baseada no atum e na sardinha, mas começou a apostar há uns anos na diversificação, com a cavala e com o carapau”.

“Mas ainda há espaço para a indústria conserveira nacional, aliada à tecnologia e à inovação, poder diversificar ainda mais, com espécies de peixes de menor valor unitário mas que vêm valorizar toda a indústria. E este é um espaço que a marca de Conservas Santa Catarina e outras de conservas nacionais estão a aproveitar e agora queremos que cheguem até Espanha através do El Corte Inglés”, defendeu Ricardo Serrão Santos.

Sobre o momento do setor face ao impacto da Covid-19, o ministro do Mar adiantou que “a indústria conserveira nacional tem estado a registar crescimento”.

“Nestes primeiros meses de pandemia, as vendas do setor registaram um aumento de cerca de 20% no consumo, comparado com o período homólogo de 2019”, garantiu Ricardo Serrão Santos.

“Boas notícias no meio da desgraça” para os Açores

Também presente no evento, Gui Menezes, secretário regional dos Açores para o Mar, Ciência e  Tecnologia, destacou que “2020 será um ano recorde para a indústria conserveira nacional e também para a indústria conserveira dos Açores, o que quer dizer que há boas notícias no meio da desgraça”.

Gui Menezes deu como exemplo deste bom momento do setor o lançamento da marca gourmet ‘Mestre Saul’ da Santa Catarina.

“A tentativa de colocar no mercado nacional novos produtos dentro em breve, como o atum fresco, não só de conserva, em particular nas grandes superfícies de Portugal Continental, é mais uma tentativa de valorizar a espécie e a indústria. Quero também agradecer o olhar atento do El Corte Inglés aos produtos dos Açores”, sublinhou o secretário regional dos Açores para o Mar.

Em declarações ao Jornal Económico, Gui Menezes confidenciou que “gostávamos de ter mais oportunidades de comercialização, no Continente, e em mercados externos, como em Espanha, em relação ao peixe fresco, ao atum fresco”, prevendo: “Penso que há boas perspetivas neste projeto”.

“Temos assistido a um trabalho inexcedível de recuperação de empresas por parte d0 Governo Regional dos Açores. As Conservas Santa Catarina é um caso de uma empresa que o Governo Regional dos Açores nunca deixou cair e que, hoje, é um exemplo de sucesso. A Santa Catarina cuida do nosso património e da nossa sustentabilidade e acrescenta valor à indústria conserveira nos Açores”, assumiu Gui Menezes.

O secretário regional dos Açores para o Mar revelou ainda que a indústria conserveira nos Açores gera, em média, cerca de 60 milhões de euros de volume de negócios anual e emprega cerca de 700 pessoas.

Além da Santa Catarina, maior empregadora da ilha de São Jorge, a indústria conserveira dos Açores engloba ainda mais três empresas do setor neste momento.

Mesmo apesar das boas perspetivas, Gui Menezes quis chamar a atenção para “a necessidade de uma discriminação positiva que é preciso acautelar em relação às quotas de pesca que vão ser discutidas em breve para a região dos Açores ao nível comunitário, não só pelas quantidades pescadas, mas também como pela forma como são pescadas”.

“A região dos Açores valoriza a sustentabilidade das práticas de pesca, como a técnica de salto e vara”, recordou o secretário regional dos Açores para o Mar, Ciência e Tecnologia.

Recorde-se que cerca de 50% total de exportações dos Açores, incluindo as vendas para Portugal Continental e para a Madeira, é originado no setor das pescas.

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