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Indústria farmacêutica e tecnologias médicas lideram pedidos de patentes em Portugal

Barómetro Inventa – Patentes Made in Portugal 2024 revela que o setor dos produtos e processos farmacêuticos é o que mais contribuiu para os pedidos de patente entre 2012 e 2022. Universidades e centros de investigação são responsáveis por 90% dos pedidos, com a Universidade do Minho à cabeça. Raiz, Bosch, Altice Labs e NOS Inovação integram o top 10 desta edição.
20 Janeiro 2025, 07h00

Portugal é um “país em evolução” na utilização estratégica do sistema de patentes. A 5ª edição do Barómetro Inventa – Patentes Made in Portugal, a que o Jornal Económico teve acesso, reflete este progresso, reforçando a propriedade industrial como um pilar essencial para a competitividade global do país.

A análise da consultora especializada em Propriedade Intelectual centra-se em três períodos-chave: 2012, 2017 e 2022. Este último é o ano mais recente em matéria de dados, uma vez que a maioria dos registos de patentes é publicada após um período de sigilo de 18 meses.

Nos 10 anos em apreço, Portugal cresceu 1,7% ao ano nos pedidos de patente, sendo que a nível internacional cresceu mais do dobro nesse período, passando de 420 para 1019 pedidos. 

O setor dos produtos e processos farmacêuticos foi o que “mais contribuiu para os pedidos de patente ao longo do tempo”. Em 2012, foram depositados 90 pedidos, dez anos depois, o número aumentou para 156. As áreas mais dinâmicas incluem, além da farmacêutica, tecnologia médica, biotecnologia e tecnologia computacional, com os EUA, seguindo-se a Europa, a China e o Canadá a liderarem as geografias-alvo.

“A diversificação dos setores tecnológicos e dos mercados-alvo demonstra uma maturidade na abordagem à inovação, enquanto os desafios regionais e setoriais apontam áreas de potencial melhoria para consolidar este progresso nos próximos anos”, salienta o documento.

De acordo com o documento, em Portugal, os pedidos de patentes são dominados pelas universidades e centros de investigação, responsáveis por 90% da demanda no período em análise. A nível regional destacam-se o Norte, o Centro e a Área Metropolitana de Lisboa.

A Universidade do Minho é a instituição com mais pedidos de “famílias de patentes”, totalizando 29 registos que incluem inovações nas áreas de medicina, biotecnologia, condução autónoma, fabricação, produção e construção, entre outras. Destaca-se como motor de inovação bem oleado e ligado ao tecido económico-social. A Universidade de Aveiro e a Universidade de Lisboa melhoraram o desempenho e juntam-se no pódio de 2022. A Universidade do Porto ocupa a sexta posição e a Universidade NOVA de Lisboa a décima.

A primeira instituição fora da academia a surgir no Barómetro Inventa 2024 é RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e do Papel. O Instituto, financiado maioritariamente pela The Navigator Company, conta também com o apoio de fundos públicos, nacionais e europeus. RAIZ duplicou os pedidos de patente no período em análise. Em destaque estão também Altice Labs e NOS Inovação, que atuam no campo técnico das telecomunicações digitais, e a Bosch, empresa que mantém há mais de uma década uma intensa colaboração em projetos de I&D&I (investigação, desenvolvimento e inovação) com a Universidade do Minho.  

Em contrapartida, CENTITVC Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos Funcionais e Inteligentes, Fravizel, Universidade do Algarve e Colquímica são novidades nesta edição do Barómetro Inventa.

A quinta edição do documento monitorizou os registos submetidos ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), à Organização Mundial da Propriedade Intelectual, ao Instituto Europeu de Patentes, ao Instituto Norte-Americano de Marcas e Patentes, ao Instituto Chinês de Patentes, ao Instituto de Propriedade Intelectual do Canadá e ao INPI do Brasil. Foram considerados apenas os pedidos de patentes depositados, uma vez que a maioria dos registos é publicada após um período de sigilo de 18 meses. Assim, o ano de 2022 representa o intervalo temporal mais recente para análise pública, não contemplando ainda os dados mais atuais relativos a 2023.

A Inventa lembra que no panorama europeu, Portugal subiu da 23ª para a 18ª posição no ranking de patentes numa década, graças ao “aumento do investimento em I&D e ao apoio técnico e financeiro de programas como o Portugal 2020 e o Compete”. Este progresso, salienta a consultora, consolidou a propriedade industrial como um pilar estratégico para a competitividade e a internacionalização das organizações nacionais, no entanto, o país enfrenta ainda o desafio de se aproximar das economias líderes na Europa, como Alemanha e França.

Principais campos tecnológicos de pedidos depositados em 2022

  • Produtos e processos farmacêuticos
  • Tecnologia médica
  • Tecnologias associadas a computadores
  • Mobiliário e Jogos
  • Química Orgânica Fina
  • Biotecnologia
  • Engenharia Civil
  • Outras Máquinas
  • Tecnologias de medição
  • Materiais químicos básicos

Pedidos de patente e famílias de patentes depositados por jurisdição em 2022

 

Requerente Total de famílias de patentes
Universidade do Minho 29
Universidade de Aveiro 28
Universidade de Lisboa 28
Universidade de Coimbra 25
Raiz 23
Universidade do Porto 20
Bosch Car Multimédia Portugal/Bosch Termotecnologia/Bosch Security Systems 19
Altice Labs 16
NOS Inovação 10
Universidade Nova de Lisboa 10

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