A Infraestruturas de Portugal (IP) avançou com a contratação do projeto de eletrificação da Linha do Douro, que abrange o trecho entre Marco de Canaveses e Peso da Régua, num investimento total de 110,7 milhões de euros. Esta informação foi confirmada hoje pela Lusa, com base num contrato assinado em novembro do ano passado com o consórcio de construção civil formado pelas empresas Casais e Somafel.
O projeto visa eletrificar integralmente um troço de aproximadamente 47 quilómetros da linha, cuja eletrificação já está completa na parte de Marco de Canaveses. O concurso público para esta empreitada, inicialmente lançado em junho de 2023, tinha um valor base de 118 milhões de euros e sofreu várias prorrogações nos prazos de entrega de propostas, sendo que a última extensão foi feita em setembro.
As obrigações do projeto incluem a instalação de um sistema de retorno de corrente de tração, além de diversas intervenções para garantir a adequação e modernização das infraestruturas. Entre estas, destaca-se a atualização dos layouts das estações e a substituição de material de via, assim como o aumento das plataformas de passageiros, que serão de 150 metros de comprimento e 0,76 metros de altura. A Estação da Régua contará com um cais de 200 metros, permitindo operações de intercidades.
Além disso, a intervenção abrangerá a reabilitação de seis túneis existentes ao longo do trajeto e a estabilização de um total de 40 taludes que se encontram ao longo da linha. Estão também a decorrer estudos para a eletrificação e modernização do subtroço Régua/Pocinho, assim como para a reabertura do troço Pocinho/Barca D’Alva, que se encontra desativado desde 1988.
Frederico Francisco, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, tinha mencionado anteriormente que a obra de eletrificação da Linha do Douro começaria ainda em 2024, com a conclusão prevista para 2027. A Linha do Douro, que liga o Porto ao Pocinho num total de 171,522 quilómetros, é alvo de reivindicações há vários anos para a sua eletrificação, sublinhando a sua relevância para o transporte ferroviário e o turismo na região. Com este investimento, a IP demonstra o seu empenho na modernização das infraestruturas ferroviárias em Portugal.
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