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Innov.Club estreia-se no Porto e mostra Mota-Engil como caso sério de inovação global

Numa zona do país conhecida pela tradição, a inovação também está presente. E o clube encontrou-a na Mota-Engil e em diversos outros projetos que assumem esse caráter. De fora ficaram, evidentemente, muitos outros.
15 Outubro 2024, 19h00

A sociedade de advogados VdA, em conjunto com a Beta-i lançou em 2023 o Innov.Club, “um clube exclusivo que visa promover a inovação e a partilha de conhecimento entre as organizações em Portugal” – que pela primeira vez esteve no Porto. Nas instalações do M-ODU, o antigo Matadouro Industrial), o Innov.Club teve como anfitrião o grupo Mota-Engil, que, operando num dos setores mais tradicionais do planeta, a construção, é um ‘caso sério’ de inovação global – que já ultrapassou em larga escala as estreitas fronteiras nacionais. O JE é parceiro do Innov.Club.

O projeto Mota-Engil Mext é a ponta desse icebergue de inovação, que pretende “inspirar, desafiar e capacitar todos, através da colaboração, a empenhar a sua criatividade e know-how”. Mas o encontro serviu também para dar lugar à apresentação de diversos projetos inovadores e mesmo disruptivos – que serviram para provar que o norte do país já não é só tradição – ou antes, que à tradição foi acrescentada inovação, sem que isso desvirtuasse as ‘skills’ específicas da região.

O primeiro Innov.Club Innovation Sprint, a ter lugar no Porto, foi por isso um lugar de reunião de mentes e empresas inovadoras de toda a região norte para um dia de partilha de conhecimento e networking. Recorde-se que o clube organiza diversas sessões para debater os desafios das empresas, learning expeditions a hubs de inovação de renome mundial e promove a partilha de cases studies. Ao longo dos últimos meses, o Innov.Club organizou 17 sessões com especialistas de renome internacional, incluindo autores de bestsellers na área da inovação, empreendedores ou académicos, uma learning expedition a Boston e, ainda, a primeira Chief Officers Roundtable que contou com a presença de administradores das diversas empresas que integram o clube.

Filipe Ávila, co-founder e CEO da Infraspeak, foi um dos intervenientes da sessão da manhã. A empresa disponibiliza uma plataforma de conexão de equipas, instalações, software e hardware, ao mesmo tempo que lhe fornece a inteligência e automação necessárias para simplificar tarefas, otimizar a alocação de recursos e tornar as operações mais eficientes. Permitindo o acesso rápido e fácil a dados, a plataforma é capaz de mapear todo o negócio – uma espécie de visão 360 graus sobre qualquer operação industrial, que permite otimizar custos e alocar recursos de forma mais eficiente e sem desperdícios. Planos de manutenção, ordens de trabalho, compras, fornecedores, consumos e muito mais estão disponíveis ‘dentro’ de um único instrumento – o que permite uma visão clara de processos e também uma reação ‘in time’ de resposta a qualquer urgência ou acontecimento inesperado que ocorra. Prevenir erros é um dos processos em vista. O Infraspeak Maps dá aos gestores total visibilidade sobre as ordens de trabalho em curso, apresentando-as num mapa real interativo que identifica cada edifício, ativo e membro da equipa.

A plataforma ou Infraspeak Hub permite que cada empresa ou entidade construa a sua própria plataforma de gestão de manutenção, capaz de responder aos desafios operacionais. Ao mesmo tempo, o Infraspeak Gear é uma espécie de motor inteligente que fornece sugestões e previsões com base nas necessidades específicas de cada operação. Em resumo, a plataforma é “um interface único para gestores, equipas no terreno, e utilizadores finais de instalações”, à distância de um computador ou de um smartphone.

De seguida, Verónica Orvalho apresentou a Didimo, um projeto que “revoluciona a criação de personagens 3D. A responsável da empresa é líder global em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia facial em computação gráfica e visão computacional. Não é um jogo  – apesar de também poder ser um jogo: é um auxiliar de ajuda à comunicação, que torna o mundo digital mais humano. A tecnologia, patenteada pela Didimo, gera humanos digitais de alta fiabilidade – totalmente animáveis, em escala e em tempo de execução. Orvalho fundou um laboratório de investigação financiado pela Europa e pelos Estados Unidos na Universidade do Porto – e a partir daí trabalhou com e para a Microsoft, a Universal Studios, a IBM, a Ericsson, a Sony ou a Amazon. Nota a salientar: o trabalho de Verónica Orvalho tem em vista uma finalidade nobre: as suas invenções pretendem ser uma forma de proporcionar, expandir e tornar acessível a educação para todos.

A autarquia local não podia deixar de estar presente e Filipe Araújo, vice-presidente da câmara, dissecou o que de mais importante tem sido feito pela cidade em termos de inovação. Envolvida na dupla transição verde e digital – observada como “uma estratégia interligada”, a autarquia assume “um forte compromisso político e social com a neutralidade carbónica, aproveitando os benefícios adicionais da inovação digital para alcançar esse objetivo”. Uma finalidade que a junta autarquia a todo um ecossistema diversificado de entidades e organizações, onde ‘cabem’ a academia, as empresas privadas e os cidadãos. Com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2030, Filipe Araújo percorreu os principais vetores – nomeadamente em termos de transportes públicos, gestão de resíduos urbanos e investimento em parques naturais no interior da cidade – que levarão o Porto a chegar lá (espera-se).

O extenso dia de trabalho e de networking acabou com  visitas à Founders Founders (uma comunidade mundial peer-to-peer de empreendedores, investidores, projetos e parceiros), à UPTEC e ao CEiiA – duas instituições que se destacaram há décadas no quadro da inovação.

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