A spin-off inSignals Neurotech, que desenvolve dispositivos médicos para a quantificação de sintomas motores de doenças neurodegenerativas de forma a obter melhores resultados clínicos, recebeu um investimento de 100 mil euros através da call INNOV-ID, iniciativa da Portugal Ventures no âmbito das medidas do Governo para capitalizar as empresas em tempos de pandemia.
“O financiamento irá permitir expandir os estudos clínicos a decorrer atualmente, com a participação de alguns dos mais experientes neurologistas a nível europeu. É também um ponto de partida para alavancar fundos internacionais, de forma a trazer ao mercado soluções que irão apoiar os profissionais de saúde na avaliação de diferentes doenças neurológicas”, adianta João Paulo Cunha, cofundador da inSignals Neurotech, investigador no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Mais especificamente, explica, a empresa terá a possibilidade de expandir os ensaios clínicos preliminares, reforçar a sua posição em termos de propriedade intelectual, e aumentar a sua equipa.
O financiamento também permitirá trabalhar na validação de outras aplicações na área da neurologia e expandir a equipa de bioengenharia.
A inSignals foi selecionada como ‘One to Watch’ no prémio ‘Nature Spinoff Prize’ promovido pela prestigiada revista científica Nature, tendo já despertado o interesse de potenciais parceiros do setor industrial. De momento, a empresa encontra-se a finalizar acordos de colaboração para promover estudos clínicos multicêntricos em diferentes países: Portugal, Holanda, Alemanha e Espanha.
Nascida em 2019 no INESC TEC, a spin-off tem como um dos acionistas a Frontier IP, especialista na comercialização de propriedade intelectual resultante de atividades académicas, e conta com o apoio do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ).
O primeiro produto desenvolvido pela inSignals destina-se a pacientes que sofrem de Parkinson e poderá ajudar as empresas farmacêuticas a monitorizar ou a avaliar o impacto de novos medicamentos aprovados na redução da rigidez do pulso.
“Este produto já passou por três estudos clínicos envolvendo 59 pacientes e mostrou que pode ajudar os neurologistas e neurocirurgiões a avaliar a rigidez dos músculos provocada pela doença de Parkinson, de forma mais objetiva e colocar implantes com mais precisão”, explica Rui Vaz, diretor do Serviço de Neurocirurgia do CHUSJ, que integra este projeto multicêntrico e internacional, e neurocirurgião pioneiro nesta técnica em Portugal, também professor catedrático convidado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
A Portugal Ventures, sociedade de capital de risco que integra o Grupo Banco Português de Fomento, tem sob gestão 184 milhões de euros e mais de 100 empresas no portefólio. Investe em startups que criam soluções inovadoras, com capacidade de internacionalização, nas áreas de digital, engenharia & indústria, ciências da vida e turismo, nas fases ‘pre-seed’, ‘seed’ e series A.
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