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Insolvências crescem 8% até agosto face ao ano anterior

Até agosto de 2025, o panorama empresarial português revela, assim, uma tendência de aumento das insolvências, em particular em setores tradicionalmente menos expostos como a Agricultura e as Telecomunicações, a par de uma retração significativa na constituição de novas empresas em áreas chave como os Transportes e as Telecomunicações.
10 Setembro 2025, 11h00

Nem tudo são rosas no mercado empresarial português. O número de ações de insolvência registadas até final de agosto apresenta um aumento de 8% face ao período homólogo de 2024. Já a criação de empresas até agosto sobe apenas 0,9% num ano. O saldo é assim negativo.

Até agosto de 2025, o panorama empresarial português revela, assim, uma tendência de aumento das insolvências, em particular em setores tradicionalmente menos expostos como a Agricultura e as Telecomunicações, a par de uma retração significativa na constituição de novas empresas em áreas chave como os Transportes e as Telecomunicações.

Apenas no mês de agosto contabilizaram-se 154 empresas insolventes, mais 29 do que em 2024, o que representa um aumento de 23%.

As declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas cresceram 29%, correspondendo a mais 148 processos num total de 655, enquanto as requeridas por terceiros subiram 25%, traduzindo-se em mais 107 registos (total de 541 ações). Os dados são da Iberinform, filial da Crédito y Caución.

Os encerramentos com plano de insolvência registaram uma diminuição de 44% nos oito meses, menos 10 empresas face ao período homólogo. Já o número de empresas declaradas insolventes totalizou 1.190, menos 60 do que em 2024.

No global, a totalidade de ações de insolvência até agosto representa mais 179 processos do que no ano anterior, equivalente a uma subida de 8%.

Sem surpresas, os distritos do Porto e de Lisboa foram aqueles que apresentaram o maior volume de insolvências nos primeiros oito meses do ano, com 604 e 561 empresas, respetivamente. Face a 2024, registou-se um aumento de 15% no Porto e de 15% em Lisboa.

Entre os distritos com maior crescimento destacam-se Castelo Branco (+36%), Viana do Castelo (+32%), Leiria (+30%), Bragança (+29%) e Faro (+24%). Pelo contrário, os maiores decréscimos ocorreram na Madeira (-37%), em Beja (-31%), na Guarda (-25%) e em Viseu (-22%).

Já no que respeita aos setores de atividade, a Agricultura, Caça e Pesca registou um crescimento de 69% no número de insolvências, enquanto no setor das Telecomunicações aumentaram 67% e nos Transportes 32%. O setor que apresentou maior quebra foi o da Eletricidade, Gás e Água, com uma redução de 50%.

Criação de empresas caem em agosto, mas mantêm crescimento no acumulado do ano

Em contrapartida, as constituições de novas empresas diminuíram de 3.338 em agosto de 2024 para 2.550 em agosto de 2025, o que corresponde a um decréscimo de 24%.

Em termos acumulados, até agosto verifica-se um ligeiro acréscimo de 0,9% face a 2024, com um total de 35.537 novas empresas constituídas.

Lisboa foi o distrito com maior número de constituições, registando 10.904 empresas, menos 1,3% face a 2024, enquanto no Porto o número ascendeu a 6.130, correspondendo a um aumento de 2,3%. Os maiores acréscimos verificaram-se em Viseu (20%), Ponta Delgada (13%) e Évora (12%). Já as maiores reduções ocorreram em Horta (-18%) e em Angra do Heroísmo (-14%).

Já quanto aos setores, o maior crescimento deu-se na Agricultura, Caça e Pesca, com um acréscimo de 22%, seguido da Construção e Obras Públicas, que registou uma variação positiva de 14%. Em sentido inverso, os setores das Telecomunicações e dos Transportes apresentaram variações negativas de 30% e 24%, respetivamente.

 

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