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Instabilidade política no Bangladesh pode gerar turbulência junto do sector do vestuário

Entre os anos fiscais de 2020 a 2022, as exportações de vestuário, no Bangladesh, passaram de 27,9 para os 42,6 mil milhões de dólares, de acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
6 Agosto 2024, 15h17

A instabilidade política que se vive no Bangladesh gera preocupação junto de um dos gigantes empresariais do sector do vestuário a H&M, diz a Reuters. A incerteza face ao peso que o país tem no sector do vestuário, ao nível mundial, pode trazer consequências não só para a economia do país, dado o peso do vestuário nas exportações, como também para as empresas que têm as suas cadeias de produção dependentes deste país.

Refira-se que o sector do vestuário foi muito importante no desenvolvimento económico do Bangladesh, ao ponto de o tornar uma das referências mundiais no sector, como salienta o Fórum Económico Mundial.

Por exemplo, em 2022, o Bangladesh fabricou 20% das t-shirts de algodão exportadas ao nível mundial, de acordo com o Fórum Económico Mundial.

A H&M é uma das empresas que tem exposição ao Bangladesh, tendo em conta que depende de cerca de mil fábricas localizadas no país, refere a Reuters.

Entre as empresas que dependem também do Bangladesh estão por exemplo a GAP, Primark, C&A, Zara e Marks & Spencer.

Primeira-ministra demitiu-se e fugiu do país depois de vaga de violência

O mais recente desenvolvimento político no país traduziu-se na demissão da primeira-ministra, Sheikh Hasina, e da sua fuga do país.

Os confrontos que têm existido no Bangladesh provocaram 150 mortos em julho, referiu a Reuters. A situação foi desencadeada depois de um grupo de estudantes ter reivindicado o fim de um sistema de quotas em cargos públicos. Em seguida existiram reivindicações para a saída de Sheikh Hasina do cargo de primeira-ministra do país, que foi eleita para um novo mandato em janeiro, numa eleição boicotada pela oposição, referiu a Reuters.

Esta instabilidade política pode trazer também consequências para a economia do Bangladesh. Isto porque as exportações de vestuário tem vindo a aumentar ao longo dos últimos tempos. Entre os anos fiscais de 2020 a 2022, passou de 27,9 para os 42,6 mil milhões de dólares, de acordo com os dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Fórum Económico Mundial calcula que 84% das receitas vindas da exportação do Bangladesh veem do têxtil. A organização sublinha que o sector emprega quatro milhões de euros, tem mais de 3.500 fábricas, e exporta para 167 países.

“O Produto Interno Bruto (PIB) do Bangladesh cresceu de 18 mil milhões de dólares, em 1980, para os 460 mil milhões de dólares, em 2022, e está atualmente entre os mais importantes países no que diz respeito a exportações de têxtil e de vestuário”, acrescentou o Fórum Económico Mundial.

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