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Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia apoiou Portugal com 6 milhões em 2019

“A grande maioria desse montante, 4 milhões de euros, para atividades de educação, o que inclui financiamento para startups, pequenas e médias empresas, especialmente ligadas ao clima e à saúde”, disse o diretor do EIT, Martin Kern, ao Jornal Económico.
9 Dezembro 2020, 12h44

É esta quarta-feira à tarde que são conhecidos os grandes vencedores dos “EIT Awards 2020”, os prémios anuais do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) que distinguem académicos, empresários e inovadores apoiados por este instituto da União Europeia através do Horizonte 2020.

À semelhança do que aconteceu em anos anteriores, há uma empreendedora portuguesa que está na lista de nomeados deste ano: Joana Paiva, cofundadora e Chief Technology Officer (CTO) da iLoF, que se destacou na categoria “EIT Woman” pelo desenvolvimento de uma solução mais económica e não invasiva de estratificação de doentes de Alzheimer para estudos clínicos.

Em entrevista ao Jornal Económico (JE), o diretor do EIT garante que “Portugal está a assistir a uma tendência muito positiva em termos de participação na comunidade EIT em todas as áreas.” “No ano passado, 6 milhões de euros foram para o ecossistema português e a grande maioria desse montante, 4 milhões de euros, para atividades de educação, o que inclui financiamento para startups, pequenas e médias empresas, especialmente ligadas ao clima e à saúde”, revelou.

Martin Kern avançou que o instituto europeu conta neste momento com 52 parceiros em Portugal, o que representa um crescimento de 33%. “É muito forte tendo em conta o tamanho do país. Falamos da Universidade de Lisboa, Universidade de Coimbra e do Instituto Pedro Nunes, entre outros”, lembrou, em declarações por videoconferência.

“Está mesmo a haver um lançamento em Portugal. Tal como da última vez que falámos, mantém-se um ecossistema vibrante e isso denota-se diretamente na nossa participação no país”, salvaguardou Martin Kern.

É percetível que a dimensão dos apoios tem crescido, tendo em conta que o EIT financiou projetos em Portugal com 9 milhões de euros entre 2014 e 2017 e só em 2019 foram os tais 6 milhões de euros.

“Temos mais histórias de sucesso e uma das coisas interessantes para mencionar é a resposta à crise. Em março começámos imediatamente a ver como é que o EIT podia contribuir para a recuperação e concluímos duas coisas: temos de apoiar o capital de risco e unir esforços entre as comunidades [ver abaixo], não apenas a da saúde. As startups, que têm um alto potencial de crescimento e podem ser parte da solução, estavam num problema de liquidez”, disse.

Em 2019, a Comissão Europeia propôs uma atualização da base jurídica do EIT e apresentou a Estratégica da Inovação para 2021-2027, na qual se prevê que o instituto financie atividades das suas oito comunidades de conhecimento e inovação (CCI), funda novas e apoie a capacidade de inovação de 750 instituições de ensino superior com investimento monetário e formação. As metas são mais ambiciosas, mas a sugestão de orçamento para o EIT também:  3 mil milhões de euros, mais 25% do que em 2014-2020.

Um dos objetivos é criar uma comunidade e cultura e artes. Questionado sobre o ponto de situação desta CCI, Martin Kern explicou que “ainda está em negociações”. “Estamos à espera da aprovação da estratégia e regulação do EIT, mas espero que depois do acordo político sobre o orçamento da União Europeia se decida e formalize para lançarmos mais dados concretos”, adiantou ao JE.

Quais são as CCI?

As comunidades de conhecimento e inovação EIT trabalham para acelerar a transição para uma economia carbono-zero (EIT Climate-KIC), impulsionar a transformação digital Europeia (EIT Digital), liderar a revolução global em inovação e produção alimentar (EIT Food), dar aos cidadãos da UE maiores oportunidades para desfrutar de uma vida saudável (EIT Health), alcançar um futuro energético sustentável para a Europa (EIT InnoEnergy), fortalecer e aumentar a competitividade da indústria transformadora da Europa (EIT Manufacturing), transformar matérias-primas em principais vantagens para a Europa (EIT RawMaterials), e resolver os desafios de mobilidade das nossas cidades (EIT Urban Mobility).

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