Este domingo, 16 de julho, celebrou-se o dia da Inteligência Artificial – Artificial Intelligence Appreciation Day. Assinalou-se a capacidade de uma máquina reproduzir competências semelhantes às humanas como é o caso do raciocínio, da aprendizagem, do planeamento e da criatividade.

O desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) é tão fundamental, como foi a criação do microprocessador, do computador pessoal, da internet e do telemóvel. A IA muda a forma como as pessoas trabalham, aprendem, viajam e obtêm cuidados de saúde. O mundo empresarial está a mudar a um ritmo sem precedentes. Os negócios distinguem-se, eles mesmos, pela forma como são capazes de utilizar a Inteligência Artificial.

Vive-se o hype, momento de grande entusiasmo. A IA gera fascínio, está na moda e cria riqueza. Segundo a Mckinsey & Company, no seu estudo de junho “The economic potential of generative AI: the next productivity frontier”, os casos de uso de Inteligência Artificial e de Analítica podem gerar anualmente entre 11 e 17,7 mil milhões de dólares americanos para a economia global. Com a chegada do ChatGPT e de outros modelos de IA Generativa, em que os algoritmos podem ser usados para criar novos conteúdos, este valor anual pode ser incrementado até 40%.

Quando se passa do hype à realidade, verifica-se que a Inteligência Artificial não é um tema novo para as empresas, há muitos anos que se criam modelos de aprendizagem automática. Desenvolvem-se algoritmos que aprendem com os dados, definem-se padrões de comportamento que não são percetíveis à vista humana. Sistemas que geram conhecimento.

A jornada para a Inteligência Artificial não é feita de facilidades, há desafios que têm de ser superados. A implementação artesanal de modelos, lenta e onerosa, tem de dar lugar a processos contínuos e industrializados. As empresas têm evoluído para a adoção do MLOps, acrónimo inglês de Machine Learning Operations. O MLOps fornece boas práticas, uma estrutura e uma automação para a gestão do ciclo de vida dos sistemas de aprendizagem automática.

Mais recentemente, o ChatGPT que é treinado para produzir texto semelhante ao que lhe foi dado como referência, permite gerar respostas e realizar sumários de grandes volumes de dados. Está a tornar-se uma ferramenta de enorme produtividade. As empresas tem iniciado a sua utilização para casos de uso interno e rapidamente vão adotá-la ao serviço dos clientes.

A realidade está em transformação acelerada em muitos sectores de atividade. Na banca, a Inteligência Artificial permite apoiar a pesquisa de investimentos, avaliando o preço de mercado presente e futuro dos ativos que sustentam as operações. A IA tem sido usada desde a melhoria da experiência dos clientes, com recomendações personalizadas, até ao reconhecimento de padrões de ataques cibernéticos.

O negócio dos seguros é calcular os preços baseados em potenciais ocorrências futuras. Há uma forte aposta em modelos de aprendizagem automática orientada ao conhecimento dos clientes e à automação de processos. Conhecer a propensão de compra a novos produtos ou providenciar cuidados de saúde com médicos e em locais mais indicados, são casos de uso comuns. A aposta na automação tem acelerado os processos, reduzido custos e melhorado a experiência dos clientes.

O retalho e o comércio eletrónico têm adotado a Inteligência Artificial para melhorar a experiência dos seus clientes e a sua eficiência operacional, com modelos de previsão de vendas, compras, preços ótimos e gestão do inventário em tempo real.

Estes são alguns exemplos de setores na adoção de IA. Há muitos mais exemplos como a eficiência operacional na logística ou nos transportes, a manutenção preditiva e a automação de processos nos setores da Indústria, Energia e Telecomunicações, para não falar dos mais variados casos de uso de serviço ao cidadão na Administração Pública.

Em conclusão, a IA veio para ficar, é disruptiva e assume-se como motor de concorrência entre as organizações nos próximos anos. Quando passamos do hype à realidade, surgem complexidades que têm de ser controladas. Em todo o caso, é consensual que as empresas que conseguirem adotar mais cedo e de forma massiva a Inteligência Artificial, são aquelas que vão liderar os seus mercados.