A Salesforce descarta a expressão “bolha tecnológica” na hora de falar sobre Inteligência Artificial (IA). A responsável pelos estagiários da empresa norte-americana considera que esta tecnologia continua a criar disrupção em todos os sectores de atividade, portanto é preciso que os empregadores preparem os trabalhadores para as suas funções do futuro.
“Tudo vai mudar com a IA, mas ainda há um gap de confiança”, diz CEO da Salesforce
“A IA generativa já está a gerar disrupção na experiência do consumidor, mas as empresas ainda estão a tentar perceber como aplicar estas inovações no espaço de trabalho – e a pressão está a aumentar (…). Isto não é a próxima bolha tecnológica. Já está a ter implicações reais nos negócios”, considera Nathalie Scardino, Interim Chief People Officer da Salesforce.
A executiva da Salesforce destacou ainda as conclusões de um estudo estatístico que apontou que “62% dos trabalhadores dizem que a IA generativa vai requerer um conjunto de novas capacidades no trabalho e, ao mesmo tempo, 80% dos funcionários dizem que a IA generativa vai aumentar as receitas”.
Empresas como a IBM, a Dropbox ou a startup indiana Dukaan – cujo CEO disse que trocou 90% da força de trabalho por um chatbot – revelaram recentemente que estavam a fazer despedimentos por causa da IA. A verdade é que o reverso continuou a acontecer: recrutamento de talentos em IA. É a chamada pescadinha de rabo na boca na tecnologia.
Na opinião de Nathalie Scardino, o essencial é criar uma “cultura de aprendizagem”, porque há “novas capacidades que estão a aparecer”. “Os profissionais podem conhecer os candidatos melhor, passar mais tempo com eles de outra maneira em vez de estarem a ler CV o tempo inteiro”, explicou esta quarta-feira a Interim Chief People Officer da Salesforce, numa conferência de imprensa no Dreamforce, que decorre em São Francisco.
Num encontro com jornalistas, naquele que é o principal evento anual da Salesforce nos Estados Unidos, Nathalie Scardino mencionou que a tecnológica deu as boas-vindas a cerca de 2.000 estagiários este ano, sendo que a análise às suas candidaturas teve também em conta o chamado “AI curriculum” e esse grupo começou a trabalhar em soluções de IA desde o primeiro dia um em que entraram na empresa.
“Temos também uma plataforma de e-learning com cursos para capacidades de IA”, referiu, fazendo referência a iniciativas de formação internas. Por exemplo, nos últimos meses, os programas de estágio de verão Futureforce e pré-estágio Tech Launchpad focaram-se mesmo em cursos de IA com projetos relacionados com o Einstein e construção de modelos generativos e marketing cloud.
“Também oferecemos oportunidades de requalificação e aprendizagem em IA com o Trailhead. De facto, pela primeira vez, toda a empresa tem a tarefa de alcançar o status de Ranger – ou concluir cerca de 100 cursos, incluindo esses cursos de IA – no Trailhead até o final do ano”, contou ainda Nathalie Scardino, num artigo de opinião publicado esta manhã.
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