Para os três últimos meses do ano, as intenções de contratação dos empregadores nacionais mantêm-se positivas, mas continuam a abrandar face aos trimestres anteriores, com a projeção para a criação líquida de emprego a situar-se nos +14%, segundo dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey. Este valor traduz um cenário de aumento líquido de emprego, mas em desaceleração, com uma diminuição de 2 pontos percentuais face ao trimestre anterior e de 6 pontos percentuais quando comparado com o período homólogo do ano passado.
Num universo de 522 empresas portuguesas inquiridas, 43% planeiam manter o seu número atual de colaboradores, 34% pretendem aumentar as suas equipas e 21% anteveem reduzi-las, revelando, assim, que um número crescente de empresas pretendem manter a sua força de trabalho estável. “As intenções de contratação dos empregadores nacionais refletem uma postura de maior cautela, colocando Portugal na metade inferior dos países analisados, em termos de expectativas de criação de emprego para os próximos três meses”, explica Rui Teixeira, o Country Manager do ManpowerGroup Portugal.
Setores
Os empregadores de oito dos nove setores analisados antecipam intenções de contratação positivas para o último trimestre do ano, com apenas o setor de Bens e Serviços de Consumo a revelar uma projeção para a criação líquida de emprego negativa, traduzindo assim uma redução do emprego.
O setor dos Serviços de Comunicação posiciona-se como o mais otimista, com intenções robustas de +38%, registando um crescimento face ao trimestre anterior de 11 pontos percentuais. Com a mesma Projeção, o setor da Energia e Utilities continua também a registar crescimento nas intenções de contratação, registando um aumento de 4 pontos percentuais face ao trimestre passado. Apesar do sentimento de abrandamento nas prioridades de transformação energética, as empresas deste setor continuam a reforçar as suas equipas com perfis verdes, bem como talento capaz de promover o crescimento do negócio.
Segue-se o setor das Tecnologias de Informação, que retoma uma trajetória de crescimento de emprego, à medida que as empresas avançam com as suas iniciativas de transformação digital. Já o setor de Bens e Serviços de Consumo é aquele que apresenta a Projeção para a Criação Líquida de Emprego menos otimista, de -9%, traduzindo descidas fortes de 18 pontos percentuais face ao trimestre passado e de 28 pontos percentuais face aos mesmos meses do ano passado. Este cenário pessimista traduz sobretudo o efeito do aumento das tarifas dos EUA aplicadas a subsetores como têxtil, bens de luxo ou ainda produtos alimentares.
Regiões
Quatro das cinco regiões em Portugal apresentam intenções de contratação positivas para os meses de outubro a dezembro, com apenas a Região Sul a presentar uma projeção negativa. Desde o último trimestre, o sentimento de contratação enfraquece-se em três regiões, número que sobre para as quatro quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado.
A região mais dinâmica para o último trimestre do ano é a região Centro, com uma projeção de +21%. Embora as expectativas tenham diminuído 6 pontos percentuais desde o último trimestre, aumentaram 2 pontos percentuais face ao quarto trimestre de 2024. Segue-se a Grande Lisboa, que melhora as suas perspetivas de contratação relativamente ao trimestre passado, com a projeção a fixar-se nos +19%, e o Grande Porto, com um valor de +13%, que revela, ainda assim, um abrandamento de 8 pontos em relação aos três meses anteriores e o impacto das tarifas nesta região com forte presença industrial e exportadora.
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