A Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) nas cidades é um conceito de aplicação prática que contribui para a criação de cidades inteligentes, e que pode dividir-se em quatro camadas.
A primeira camada refere-se às infra-estruturas existentes, desde as tradicionais redes das Utilities, nomeadamente energia e telecomunicações, às redes de transportes, recolha de resíduos e demais estruturas e ativos instalados pelo território, sejam contentores do lixo ou postes de iluminação pública.
Na segunda camada temos os sensores que recolhem a informação. Nós próprios, os cidadãos, quando transportamos um telemóvel e revelamos a nossa presença, as nossas coordenadas e os nossos trajetos nos tornamos sensores móveis. Mas também os transportes públicos, ou privados, que se movimentam pelas estradas da cidade e recolhem dados sobre o estado das mesmas, os padrões de mobilidade e a velocidade de movimentação pela cidade.
A terceira camada traz-nos ao que é desde há muito considerado o “novo petróleo”: a informação extraída dos sensores móveis ou estáticos em formato de dados, e que é depois tratada pelas próprias cidades, responsáveis pelos investimentos e manutenção de toda a tecnologia, ou por entidades privadas que recebam os dados através de políticas Open Data.
Por último, podemos considerar as aplicações e sistemas que tratam a informação das quais se retira conhecimento e valor, como a quarta e última camada da Internet das Coisas.
Esta onda de modernização das cidades, usando IoT e todas as tecnologias associadas, tem em vista a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, mas também a resposta ao desafio da captação de população jovem, a par da captação de investimento que conduza à criação de empregos e desenvolvimento das economias locais das cidades, e dos territórios de uma forma geral.
A existência de uma estratégia suportada numa metodologia comprovada, que parta dos desafios de cada cidade tendo em vista a resolução dos problemas, é crucial. Numa época em que a tecnologia se tornou uma commodity é possível, e desejável, que investimentos estruturantes de custo e manutenção elevados sejam feitos levando em consideração a estratégia específica de cada cidade, os problemas dos cidadãos, e os desafios que se visam endereçar.