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Investidores mostram-se inseguros em vésperas de decisão do BCE

Lisboa fechou no ‘verde’ mas, entre as principais praças europeias, o sentimento foi bastante distinto, sobretudo na bolsa de Frankfurt. Em semana de apresentação de contas de muitas gigantes empresariais, aproxima-se a decisão do BCE no que diz respeito a taxas de juro e os mercados exibiram receios.
23 Julho 2025, 07h00

As bolsas europeias viveram uma terça-feira maioritariamente negativa, sobretudo Frankfurt e Paris. O aproximar da decisão do BCE em matéria de juros, a par do prazo-limite para as negociações referentes às tarifas comerciais parecem estar a deixar os mercados reticentes. Ainda assim, Lisboa fechou em alta.

Entre os índices de referência das principais praças europeias, as subidas existentes foram muito ligeiras, na ordem de 0,14% no Reino Unido, 0,06% em Itália e 0,02% em Espanha. O sentimento negativo foi mais expressivo, com o alemão DAX a tombar 1,06%, ao passo que o CAC 40, em França, recuou 0,69%. Ao mesmo tempo, o índice agregado Euro Stoxx 50 derrapou 1,01%.

O PSI registou uma sessão de ganhos, em contraste com o sentimento geral. As energéticas estiveram em alta e levaram o índice a subir 0,97% para 7.746 pontos. A EDP Renováveis avançou 3,74% até aos 10,55 euros por ação, enquanto a casa-forte se adiantou 2,55% para 3,908 euros. A REN somou 2,68% e alcançou os 3,255 euros, ao passo que a Galp ganhou 1,46% até aos 16,39 euros. A Ibersol, por seu turno, valorizou 1,25% para 9,72 euros.

Em sentido oposto, a NOS foi a grade castigada do dia. As contas do primeiro semestre desiludiram os investidores, de tal modo que a capitalização de mercado da empresa de telecomunicações caiu 6,01% e não foi além dos 3,52 euros por título. Seguiu-se a Sonae, que recuou 0,63% até aos 1,26 euros.

Virando o foco para Wall Street, a época de resultados segue a todo o vapor. A Philip Morris apresentou resultados que ficaram abaixo das expetativas que existiam, ao passo que a Coca-Cola superou até as previsões dos analistas mais otimistas, com um aumento de 1% ao nível da faturação global, no segundo trimestre.

Amazon e Tesla em foco, com os juros do BCE aí à porta

A reunião do Banco Central Europeu vai ter início nesta quarta-feira e termina no dia seguinte, quando a presidente daquele organismo, Christine Lagarde, vai dar a conhecer a decisão tomada em matéria de política monetária. Os mercados esperam a manutenção das taxas de juro de referência e o foco estará em sinais eventualmente deixado pela responsável sobre possíveis cortes até ao final do ano.

Recorde-se que a inflação em junho fixou-se nos 2,0%, precisamente a meta definida pelo BCE como saudável.

No que diz respeito à época de resultados, duas das “Sete Magníficas” vão apresentar as contas do segundo trimestre. É o caso da Alphabet (dona da Google) e da Tesla, cujos números vão certamente mexer com os mercados. De resto, nesta quarta-feira Wall Street vai reagir às contas da SAP, Texas Instruments e da Intuitive Surgical, que apresentaram após o fecho da sessão anterior.

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