Investigadores do polo de investigação do LSRE-LCM do Instituto Politécnico de Leiria estudam a evolução do crescimento de papaieiras, bem como a viabilidade da sua frutificação através da técnica de aquaponia.
O estudo tem a duração de 12 meses e o objetivo é comparar as características morfológicas e o crescimento das plantas, sob o efeito de dois substratos: leca versus tijolo triturado.
A aquaponia é um sistema integrado e sustentável que combina a produção de animais aquáticos, geralmente peixes (aquacultura) com a produção de plantas apenas em água e sem solo (hidroponia). No ciclo de aquaponia, os nutrientes necessários para o crescimento das plantas são obtidos a partir das excreções resultantes da alimentação dos peixes, cujos dejetos são transformados por ação de bactérias em nutrientes facilmente absorvidos pelas raízes das plantas. Com a absorção dos nutrientes por parte das plantas, a água é tratada e reutilizada no tanque dos peixes.
“Num ambiente de simbiose, num único sistema amigo do ambiente, é possível a obtenção de proteína animal proveniente dos peixes e o cultivo de variados tipos de vegetais. O objetivo principal é analisar o crescimento dos peixes e os níveis de produtividade das diferentes culturas de plantas num sistema de produção agrícola sustentável, que requer um baixo consumo de recursos (energia e água), um uso reduzido de químicos e não requer uso de solos”, sendo viável em áreas urbanas, explicam os professores e investigadores Fernando Sebastião, Judite Vieira e Raul Bernardino.
A investigação tem como cenário um espaço específico em estufa coberta no Laboratório de Sistemas Multitróficos Integrados em Peniche.48
Entre os projetos já desenvolvidos nesta área, além do estudo da produção sustentável de papaias, é de referir a avaliação da qualidade da água num sistema de tratamento aquapónico com produção de alfaces, a produção sustentável de hortícolas (canónigos e rúcula), e a produção sustentável de plantas (rúcula, salsa, poejo) com incorporação de tenébrios na alimentação dos
peixes.
No universo do politécnico, a aquaponia nasceu em 2015 na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar em Peniche, tendo em 2018 sido integrada como área temática da Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) LSRE-LCM – Polo Politécnico de Leiria, que resulta de uma parceria entre a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto Politécnico de Leiria.
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