O volume de investimento em ativos de retalho (espaços comerciais) na Europa totalizou 24,6 mil milhões de euros desde o início do ano, representando um crescimento de 16% face ao mesmo período de 2024, segundo o mais recente estudo da Savills. O valor supera ainda em 3% a média dos últimos cinco anos para o mesmo período (nove meses).
A Savills diz que apesar dos desafios económicos persistentes, este resultado confirma a forte recuperação do setor de retalho na Europa.
Os centros comerciais mantêm uma trajetória de recuperação, com o investimento no setor a representar 30% do volume total de retalho desde o início do ano – um acréscimo face aos 26% registados no mesmo período de 2024, revela a Savills.
“Este aumento deve-se, sobretudo, à realização de transações de maior dimensão, refletindo maior confiança dos investidores e uma procura crescente por ativos capazes de responder às novas tendências de consumo”, acrescenta.
Em Portugal, o montante investido em espaços comerciais aumentou 128% entre janeiro e setembro, em comparação com o mesmo período de 2024, destacando-se como um mercado particularmente dinâmico.
A tendência de recuperação estende-se a outros países europeus, com variações expressivas na Bélgica (+241%), Países Baixos (+180%), Dinamarca (+135%) e Finlândia (+114%).
José Galvão, Head of Retail da Savills Portugal, refere “os fundamentos que se verificam no mercado europeu, aplicam-se também a Portugal. A elevada procura de ativos de retalho – especialmente em localizações prime – continuará a pressionar o valor das rendas e a compressão das yields prime. Este contexto irá atrair mais players para o mercado, sejam promotores, investidores ou ocupantes”.
Já para James Burke, Director of Global Cross Border Investment da Savills, “o mercado de retalho está a dar sinais claros de recuperação, atraindo novamente mais investidores”.
“A redução da taxa de desocupação, a subida das rendas e a falta de novos projetos no mercado estão a reforçar a rentabilidade do setor. Este cenário tem levado à entrada de ativos e carteiras de maior dimensão no mercado e a uma maior diversidade de compradores”, acrescenta.
“Em 2026, espera-se que a melhoria das condições económicas e o dinamismo do mercado de arrendamento mantenham o interesse dos investidores”, defende Lydia Brissy, Director in Savills European Commercial Research Team, que acrescenta que “a redução das yields deve prosseguir de forma gradual, sobretudo nos retail parks e nas lojas de rua, devido à forte procura dos inquilinos. Os centros comerciais prime deverão também beneficiar de maior procura institucional, o que apoiará a liquidez e a descida das yields neste segmento.”
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