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Investimento imobiliário com subida homóloga de 39% nos primeiros nove meses de 2020

Entre janeiro e setembro foram investidos 2,2 milhões de euros, face aos 1,6 mil milhões de euros do mesmo período do ano anterior. Escritórios e retalho contabilizaram 76% do volume total de investimento observado até ao final do terceiro trimestre.
  • Cristina Bernardo
3 Dezembro 2020, 16h46

Apesar da pandemia da Covid-19 ter afetado todos os setores da sociedade, o mercado imobiliário em Portugal registou um crescimento homólogo de 39% nos primeiros nove meses de 2020, segundo o estudo publicado pela consultora imobiliária Savills esta quinta-feira, 3 de dezembro.

Entre janeiro e setembro verificou-se um volume total de investimento de 2,2 mil milhões de euros, face aos 1,6 mil milhões de euros do mesmo período do ano anterior. A maior fatia deste valor foi repartida entre os setores dos escritórios e retalho, que contabilizaram 76% do volume total de investimento observado até ao final do terceiro trimestre deste ano.

Tal como em anos anteriores, o investidor estrangeiro continua a dominar este setor no país, tendo no período em análise contribuído com 81% do volume de investimento total.

Os negócios que mais dinheiro movimentaram entre janeiro e setembro foi a venda do Lagoas Park ao grupo Hendersen Park, por 420 milhões de euros e a venda de 50% da Sierra Fund à Allianz | Ello, no valor dos 750 milhões de euros.

Olhando para o mercado residencial e apesar da pandemia, entre janeiro e setembro de 2020, o volume de vendas registou um aumento de 6,18%, face ao mesmo período de 2019, tendo sido vendidas no total 44.8 mil habitações, num volume de negócios total de 10 mil milhões de euros.

De acordo com a Savills, este aumento deveu-se “ao crescimento da importância das cidades satélite de Lisboa no mercado residencial, assente em preços mais competitivos e apelativos a um leque mais alargado de compradores”, com as cidades de Sintra, Cascais e Almada as que verificaram o maior número de vendas.

A freguesia de Santo António em Lisboa, mantém o valor mais alto, com uma valorização de 7.099 euros/m2. Segue-se a freguesia da Misericórdia, com 6.836 euros/m2 e Santa Maria Maior, com 6.272 euros/m2.

No que ao mercado de escritórios diz respeito, este estudo indica que desde o início do ano, o volume de ocupação de escritórios em Lisboa sofreu uma queda de 30%, comparado com o mesmo período de 2019. Entre janeiro e setembro foram ocupados 102.399 m2, face aos 145.603 m2 ocupados no período homólogo.

De resto, o terceiro trimestre registou a pior recaída do ano, com uma queda de 55% e 59%, quando comparado com o segundo e primeiro trimestre de 2020.

Já na cidade do Porto, os setores de TMT´s & utilities e serviços a empresas foram responsáveis em conjunto por 50% do volume total de absorção. Para os próximos dois anos, estima-se que mais de 180 mil m2 de novos espaços de escritórios integrem parte do mercado da cidade.

Outros dos setores que registou um maior crescimento foram os da indústria e logística. Entre janeiro e setembro de 2020, verificou-se um aumento de 35% de ocupação face ao mesmo período de 2019. Contudo, o estudo aponta para que “alguns eixos logísticos possam sofrer uma pressão de aumento de rendas, nomeadamente aqueles que se encontram mais próximos dos centros urbanos e que se destinam a responder à grande tendência do last-mile“.

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