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IPO: as quatro tecnológicas que vão ‘assaltar’ os mercados este ano

Este ano diversas empresas tecnológicas norte-americanas vão passar para a idade adulta ao entrarem em bolsa. São negócios de milhares de milhões de dólares que prometem atualizar a lista das IPO mais bem sucedidas de sempre. A Uber poderá mesmo relegar a Alibaba para o segundo lugar como a maior entrada em bolsa da história.
27 Março 2019, 09h30

Cinco anos depois da maior IPO da história, com a entrada em bolsa da chinesa Alibaba, o setor tecnológico norte-americano poderá voltar a fazer subir a temperatura dos mercados bolsistas este ano.

Segundo as contas da revista Forbes, nos próximos meses a Lyft, a Uber, a Slack e a Pinterest poderão levantar 230 mil milhões de dólares em capital com a entrada em bolsa.

Mas só uma poderá rivalizar com a Alibaba. Com uma capitalização bolsista acima dos 230 mil milhões de dólares quando entrou em bolsa, em 2014, a empresa tecnológica fundada por Jack Ma levantou 25 mil milhões de dólares, saltando imediatamente para o topo mundial das IPO mais bem sucedidas da história.

Uber

A empresa que liderou a disrupção da mobilidade individual urbana deverá ser a maior IPO do ano, segundo fontes próximas da Uber.

A Uber escolheu a New York Stock Exchange (NYSE) em detrimento do tecnológico Nasdaq, onde as FAANG estão cotadas – Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Alphabet, a dona da Google.

Na empresa fundada por Travis Kalanick em 2009, estão atualmente dois homens que passaram pela NYSE: John Thain, membro do conselho da administração da Uber, foi o CEO da bolsa de Nova Iorque; e Nelson Chain, CFO da Uber, foi também CFO da NYSE.

Liderada por Dara Khosrowshahi, depois do afastamento do fundador, as receitas da Uber ultrapassaram os 11 mil milhões no ano passado, tendo como objetivo entrar em bolsa em abril, segundo os documentos confidenciais entregues em dezembro na SEC – Securities Exchange Commision, o regulador norte-americano.

A Uber deverá entrar em bolsa com uma avaliação a rondar os 120 mil milhões de dólares. Com esta capitalização bolsista, a empresa precisa apenas de colocar no mercado 16% das ações para integrar o ‘top 5’ das maiores IPO de sempre nas bolsas norte-americanas e colocando-se lado a lado com a Alibaba, o AIA Group, a Visa, a General Motors ou a Facebook.

Lyft

É a rival da Uber nos Estados Unidos e já tem uma quota de mercado de 39% naquele país. Fundada em 2012 por John Zimmer (presidente) e Logan Green (CEO), opera em cerca de 300 cidades nos EUA e no Canadá e vai estrear-se em bolsa esta sexta-feira, dia 29, no tecnológico Nasdaq.

Apesar de ter registado prejuízos de 911,3 milhões de dólares, a Lyft anunciou no prospeto que triplicou o número de utilizadores, em apenas dois anos e meio, para 18,6 milhões, e duplicou as receitas para mais de 2,1 mil milhões de dólares no último ano.

Com a entrada em bolsa, a empresa espera ser avaliada em 23 mil milhões e planeia vender 35,4 milhões de ações a um preço-alvo entre os 62 e os 68 dólares. Neste último intervalo, a empresa conseguirá levantar 2,4 mil milhões de dólares em capital.

Em 2018, aquando da última ronda de financiamento, que culminou com o levantamento de 600 milhões de dólares, a Lyft foi avaliada em 14,5 mil milhões de dólares. No total, desde que foi fundada, em 2012, a concorrente da Uber já levantou cinco mil milhões de dólares.

Pinterest

A plataforma digital de partilha de imagens vai entrar em bolsa na NYSE, de acordo com o prospeto entregue na passada sexta-feira, embora não tenha indicado quantas ações vai colocar nem a que preço, segundo o “Financial Times”.

Fundada em 2010, a rede social conhecida pela partilha de fotografias de casamentos, decoração e refeições, ainda não tem a mesma tração na indústria publicitária como a Google ou o Facebook – nem as receitas destes dois gigantes da tecnologia.

No entanto, segundo o prospeto, a Pinterest aumentou em 60% as receitas para mais de 750 milhões de dólares no ano passado e cortou para mais de metade as perdas, que se fixaram nos 63 milhões. No último trimestre do ano passado, 265 milhões de pessoas acederam todos os meses à rede social.

Na última ronda de financiamento, em junho de 2017, a empresa foi avaliada em 12 mil milhões de dólares.

Slack

Talvez pouco conhecida em Portugal, a app é um serviço de mensagens especializado para o mercado de trabalho e tem como clientes a IBM, o eBay e até o “Financial Times”, de acordo com um artigo publicado neste diário britânico.

Fundada em 2014, na cidade de São Francisco, por Stewart Butterfield, que fundou e vendeu a Flickr à Yahoo em 2004, e por Cal Henderson, que também trabalhou na Fickr, a Slack quer substituir os e-mails enquanto instrumento de comunicação entre colaboradores de empresas, posicionando-se como uma app de mensagens que integra diversos tipos de software, como o armazenamento em nuvem e folhas de cálculo.

Entre os seus investidores está o fundo Vision, da japonesa Softbank. Na última ronda de financiamento, em agosto de 2017, a Slack foi avaliada em 7,1 mil milhões de dólares e tem cerca de 11 milhões de utilizadores diários.

A Slack entregou o prospeto para a IPO na SEC em dezembro de 2018 e quer entrar em bolsa no segundo trimestre deste ano.

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