A Coligação C6, que integra associações de defesa do ambiente nacionais como a ANP/WWF, GEOTA, FAPAS, LPN, QUERCUS e SPEA, acusou o Governo de gerir de forma “irresponsável” e “sem respeito” pelos procedimentos necessários o acordo de construção do novo aeroporto de Lisboa no Montijo.
“O governo português avançou com a hipótese da reconversão da Base Aérea Militar do Montijo em infraestrutura aeroportuária de apoio à região de Lisboa e Vale do Tejo (Solução Portela +1), sem a necessária e obrigatória avaliação de impacte ambiental estar concluída e sem comparar todas as alternativas possíveis”, assinala o grupo em comunicado divulgado esta terça-feira, dia de assinatura do acordo entre o Executivo com o grupo francês Vinci, detentor da concessão da ANA.
O grupo realça que com a assinatura do acordo para a construção do novo aeroporto de Lisboa no Montijo, o Governo dá “mais um passo para tornar o projeto uma inevitabilidade”, o que a Coligação C6 considera “inaceitável”.
“As associações da Coligação C6 recordam ao Governo que o processo de avaliação de impacte ambiental não é uma formalidade para justificar a decisão e que antes pelo contrário, o estudo de impacte ambiental completo e exaustivo é uma necessidade que deverá fundamentar as decisões do executivo”, referem.
O grupo considera que qualquer opção para a construção do novo aeroporto no Montijo apresenta “diversos riscos ambientais, sociais e económicos” e que todos devem ser devidamente estudados, ponderados e discutidos publicamente.
“Se avançarem decisões políticas sem o necessário suporte ambiental, a C6 garante que fará tudo ao seu alcance para reverter os processos e proteger o interesse público”, concluem.
O Governo assinou esta terça-feira à tarde, na base aérea do Montijo, o memorando de entendimento com a ANA, para o modelo de financiamento do investimento no novo aeroporto do Montijo e para a ampliação do aeroporto Humberto Delgado.
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