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Israel destrói edifício onde funcionava a redação da Associated Press em Gaza

O ataque ao prédio de 12 andares ocorreu quase uma hora depois dos militares israelitas terem ordenado que evacuassem esse edifício, onde também funcionava a televisão Al-Jazeera, do Catar, entre outros escritórios e apartamentos residenciais.
  • Associated Press
15 Maio 2021, 15h30

Um ataque aéreo de Israel destruiu o prédio na cidade de Gaza que abrigava a redação da Associated Press (AP) e onde funcionavam outros meios de comunicação, apenas horas depois de outro ataque aéreo israelita ter tido como alvo um campo de refugiados densamente povoado, que matou pelo menos 10 palestinos de uma família numerosa, a maioria crianças, este sábado”, 15 de maio, refere a notícia reportada pela AP, dos jornalistas Fares Akram, em Jerusalém, e Joseph Krauss, com contributos de Bassem Mroue em Beirute e Samy Magdy no Cairo.

O ataque ao prédio de 12 andares ocorreu quase uma hora depois dos militares israelitas terem ordenado que as pessoas evacuassem esse edifício, onde também funcionava a televisão Al-Jazeera, entre outros escritórios e apartamentos residenciais.

O ataque aéreo destruiu toda a estrutura do edifício, que desabou numa gigantesca nuvem de poeira”, refere a notícia da AP, adiantando que “não houve explicação imediata para o motivo deste ataque”.

Outro ataque aéreo israelita anterior que teve como alvo “o campo de refugiados da cidade de Gaza foi o ataque mais mortal do atual conflito entre Israel e o grupo armado Hamas”, refere a AP. “Ambos os lados estão pressionam para obterem uma situação de vantagem, à medida que os esforços de cessar-fogo ganham força”, adianta a AP.

A agência internacional norte-americana refere que “a última explosão de violência começou em Jerusalém e espalhou-se por toda a região na semana passada, com confrontos entre árabes e judeus e ainda tumultos em cidades mistas de Israel”. “Também houve protestos palestinos generalizados na sexta-feira, na Cisjordânia ocupada, onde as forças israelitas dispararam e mataram 11 pessoas”, detalha a AP.

Esta espiral de violência aumentou o temor de uma nova “intifada” palestina, “quando as negociações de paz não têm sucesso há anos”, refere a AP. “Os palestinos celebravam no sábado o ‘Dia da Nakba’ (da ‘Catástrofe’), em memória das cerca de 700 mil pessoas que foram expulsas ou fugiram de suas casas no território que formou Israel – durante a guerra de 1948”, explica a AP.

O diplomata dos EUA, Hady Amr, chegou sexta-feira a esta zona, fazendo parte dos esforços de Washington para abrandar o conflito. O Conselho de Segurança das Nações Unidas foi marcado para se reunir no domingo. E Israel rejeitou a proposta egípcia de uma trégua de um ano, que os dirigentes do Hamas aceitaram, revelou uma autoridade egípcia na sexta-feira, pedindo anonimato.

Desde a noite de segunda-feira, 10 de maio, o Hamas disparou centenas de mísseis contra Israel. Em Gaza, pelo menos 139 pessoas foram mortas, incluindo 39 crianças e 22 mulheres; em Israel, oito pessoas foram mortas, incluindo, este sábado, a morte de um homem por um ‘rocket’ que atingiu Ramat Gan, um subúrbio de Tel Aviv.

A destruição do prédio onde funcionavam várias redações em Gaza ocorreu à tarde, depois do proprietário ter recebido um telefonema do exército israelita a avisar que o prédio seria atingido. A equipa da AP e outras pessoas no prédio procederam imediatamente à saída das instalações, sendo colocadas em segurança. Al-Jazeera, a rede de informação financiada pelo governo do Catar, transmitiu os ataques aéreos ao vivo enquanto o prédio desabava.

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