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Israel volta a fazer incursões militares em território sírio

Depois de as Força Armadas israelitas terem atacado postos sírios e do Hezbollah, a Síria acusou o Estado hebraico de ter visado alvos nos arredores de Damasco.
  • Orçamento da defesa: 15,6 mil milhões de dólares
19 Agosto 2021, 23h26

A capital síria, Damasco, foi esta quinta-feira ao final do dia abalada por violentas e​​​​​xplosões, que meios de comunicação estatais sírios atribuem a ataques aéreos israelitas nos arredores da cidade.

A agência noticiosa estatal SANA refere que as defesas anti-aéreas sírias visaram aviões israelitas, enquanto a rádio Cham FM, do governo sírio, relatou ataques aéreos na zona rural de Damasco e na província central de Homs.

Residentes de Damasco relataram ter ouvido pelo menos cinco explosões, que abalaram edifícios de apartamentos durante 15 minutos. Mísseis, que pareciam ter sido disparados sobre o Líbano, foram observados a cruzar os céus da capital antes de atingirem alvos na Síria.

Não houve qualquer comentário imediato de Israel, que raramente comenta as suas operações militares na Síria. Também não houve relatos imediatos de quaisquer baixas.

Israel levou a cabo centenas de ataques aéreos dentro da Síria no decurso da guerra civil naquele país, contra o que diz serem suspeitos de carregamentos de armas que se crê estarem destinados ao grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irão, que luta ao lado das forças governamentais sírias. Raramente reconhece ou discute tais operações.

De acordo com media estatais sírios, Israel terá levado a cabo um ataque com mísseis contra o sul da Síria na terça-feira, visando uma posição militar não especificada. Nos jornais israelitas pode ler-se que as Forças de Defesa lançaram panfletos ameaçadores no sul da Síria, alertando os soldados sírios a pararem de cooperar com o Hezbollah, horas depois realizarem um ataques de mísseis a uma base militar síria e a um posto avançado controlado pelo Hezbollah.

Os panfletos, escritos em árabe e endereçados a “soldados do Exército [Árabe] da Síria”, combinavam com o estilo de panfletos semelhantes que foram lançados no passado e incluíam a silhueta de uma águia – o símbolo do 210º Divisão Bashan, que tem a missão de defender a fronteira de Israel com a Síria e as Colinas Golan. Também neste cado, as Forças Armadas recusaram comentar o assunto.

No panfleto, os militares israelitas pareciam assumir a responsabilidade pelo bombardeamento de uma base do exército sírio no início deste verão. Os militares não reconheceram publicamente a responsabilidade desse ataque ou de muitos outros que realizou na Síria nos últimos anos.

“Apesar dos nossos avisos anteriores e mesmo depois do ataque à base de al-Qahtaniah em 17/06/21, o Hezbollah – de forma manipuladora – transformou-vos em ferramentas, em marionetes”, diz o folheto.

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