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Itália é o primeiro país a introduzir aulas obrigatórias sobre alterações climáticas

O ministro da Educação italiano, Lorenzo Fioramonti, admitiu que quer tornar “o sistema educativo italiano no primeiro sistema de educação que coloca o ambiente e a sociedade no centro de tudo o que se aprende na escola”.
  • Itália
18 Novembro 2019, 08h41

No momento em que Veneza está com a água pelos joelhos, devido à subida do nível da água por toda a cidade, o Governo italiano decidiu alertar todos os estudantes para os perigos das alterações climáticas. A península italiana quer posicionar-se como líder em educação ambiental e, dessa forma, vai introduzir estudos sobre alterações climáticas e sustentabilidade no ensino, revela a CNN.

O ministro da Educação italiano, Lorenzo Fioramonti, anunciou que, no próximo ano, todos os alunos de escolas públicas vão contar com 33 horas anuais de estudos ligados às alterações climáticas. Estas aulas, que vão constar no programa de ensino, vão introduzir lições de civismo, com “uma pegada de ambientalismo”, assumiu o porta-voz do ministro ao canal de televisão.

“A ideia é que os cidadãos do futuro precisam de estar prontos para uma emergência climática”, disse Vincenzo Cramarossa, porta-voz do ministro da Educação. Além das aulas específicas, o desenvolvimento do tema da sustentabilidade também vai estar presente nos estudos tradicionais, como geografia, matemática e física.

“Vai existir mais atenção para as alterações climáticas quando se introduzir o tema nas disciplinas tradicionais”, assumiu. Numa entrevista à ‘Reuters’, Lorenzo Fioramonti garantiu que o ministério da Educação “está a ser alterado para fazer com que a sustentabilidade e o clima sejam o centro do modelo da educação”.

Fioramonti admitiu que quer tornar “o sistema educativo italiano no primeiro sistema de educação que coloca o ambiente e a sociedade no centro de tudo o que se aprende na escola”. O diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Jeffrey D. Sachs, e o economista norte-americano, Jeremy Rifkin, vão unir-se para ajudar o ministério italiano a desenvolver um novo currículo para as escolas se focarem em sustentabilidade e alterações climáticas.

O porta-voz de Fioramonti sustentou à CNN que “é o primeiro [país] do mundo a ter uma educação nacional obrigatória nesse sentido”.

Lorenzo Fioramonti, que lidera o ministério da Educação, pertence também ao Movimento Cinco Estrelas, que tem um longo historial de preocupação ambiental. Desde que se tornou ministro, Fioramonti tem sido criticado por outros partidos, por apoiar as greves estudantis que protestam contra as alterações climáticas, e por apoiar os impostos sobre bebidas açucaradas.

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