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Itália reabre fronteiras internacionais a turistas europeus

Apesar da reabertura das fronteiras, o Governo italiano receia que os turistas optem por adiar uma visita ao país. O ministro dos Negócios Estrangeiros transalpino pede aos países vizinhos que não tratem a Itália “como um leproso”.
3 Junho 2020, 11h15

Itália, que foi um dos países mais afetados pela Covid-19 e um dos que mais medidas restritivas aplicou durante a crise pandémica, reabriu as fronteiras esta quarta-feira, 3 de junho, aos turistas provenientes da ­União Europeia, do espaço Schengen e do Reino Unido. Além de reabrir as fronteiras, o governo italiano mandou suspender, também, as restrições de movimento entre regiões.

Depois de terem sido decretadas medidas de confinamento severas, que serviram de modelo para muitos países europeus que se viram na mesma situação, o desafio agora passa por atrair os visitantes numa altura em que a temporada das férias de verão é vista como um ponto de partida para relançar a economia italiana, que ficou em suspensa desde março.  A Itália está atualmente a enfrentar a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Assim, espera-se o regresso dos voos internacionais nos aeroportos de Mião, Roma e Nápoles.

As autoridades italianas garantem que esta medida foi avaliada perto de especialistas e que, para já, ainda que não irá ser necessário colocar os visitantes em quarentena.

No entanto, receiam que mesmo com estas restrições levantadas, vários turistas optem por adiar uma visita ao país. Na Suíça, por exemplo, as fronteiras com a Alemanha, França e Áustria vão reabrir a 15 de junho, deixando, para já, a reabertura com a Itália em suspenso. Os cidadãos foram informados de que quem viajar para a Itália estará sujeito a “medidas de saúde” no regresso.

No mesmo dia, a Áustria reabrirá fronteiras com a Alemanha, Suíça, República Checa, Eslováquia e Hungria, mas não com a Itália. Aos olhos do ministro da Saúde austríaco, apesar do ritmo da pandemia estar a abrandar no país, a Itália ainda é considerada como um “ponto quente”.

A Alemanha também reabrirá as portas aos turistas da União Europeia a partir de 15 de Junho, regra que também vigorará para visitantes do Reino Unido, Islândia, Noruega, Liechtenstein e Suíça, deixando a Itália de fora.

Em resposta à cautela adotada pelos vizinhos, o ministro dos Negócios Estrangeiros pediu aos países para não tratem a Itália “como um leproso”. Nos dias 6 e 7 de junho, Luigi Di Maio vai visitar a Alemanha, Eslovénia e Grécia para negociar a reabertura das fronteiras comuns e convencer os respetivos governos que a Itália é um país seguro para receber turistas. Esta quarta-feira, o seu homólogo francês Jean-Yves Le Drian irá visitar o país.

Mais de 33.500 pessoas morreram de Covid-19 na Itália desde o início do surto, em fevereiro. O país é atualmente o terceiro com o maior número de mortes no mundo depois do Reino Unido e dos EUA. Esta terça-feira, as autoridades italianas registaram 55 mortes e foram registados mais 318 casos de infeção, sendo que a grande maioria (187) foram verificados na região da Lombardia

 

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