[weglot_switcher]

Jerónimo Martins: Lucros recuam quase 31% no primeiro trimestre

Dona do Pingo Doce justifica queda dos lucros devido à dotação de 40 milhões de euros entregues para a Fundação Jerónimo Martins. Supermercados polacos registaram maior crescimento de receitas do grupo português.
3 – Jerónimo Martins
26 Abril 2024, 07h50

A Jerónimo Martins viu os lucros encolherem 30,7% no primeiro trimestre do ano, para os 97 milhões de euros. Este valor compara com os 140 milhões de euros alcançados entre janeiro e março de 2023.

A retalhista anunciou, como previsto, os resultados operacionais esta sexta-feira, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa justifica a queda devido à dotação de 40 milhões de euros para a Fundação Jerónimo Martins, criada no arranque do ano. “Se excluídos os outros ganhos e perdas de natureza não recorrente”, os valores estão “em linha com o mesmo trimestre do ano anterior” devido à “firma execução da estratégia desenhada”.

Apesar desta quebra homóloga nos lucros, a dona do Pingo Doce dá conta de um crescimento de 18,6% das vendas, tendo atingido os 8,1 mil milhões de euros. “Este comportamento das vendas levou o EBITDA consolidado a crescer 13,9%, enquanto a respetiva margem, como antecipado, foi pressionada pelo investimento em preço e pela inflação nos custos, reduzindo-se 26 pontos-base em relação ao mesmo período do ano anterior”, indica a empresa no comunicado.

A Jerónimo Martins detalha aos investidores que arrancou o ano “com posições de mercado fortes e determinados a manter a competitividade de preço e a qualidade da oferta” para continuar a crescer as vendas. Explica a retalhista que no primeiro trimestre se viveu um “contexto particularmente desafiante, com as nossas maiores insígnias a operarem com deflação nas vendas, que contrasta sobremaneira com o sucedido no mesmo trimestre do ano anterior, quando a inflação alimentar ultrapassou os 20%”.

Adianta a empresa que a maioria das receitas vieram da Polónia (71,3%), sendo que a faturação dos supermercados Biedronka cresceram 18,8% para 5,7 mil milhões de euros (sendo que em moeda local cresceu 9,3%). O Pingo Doce foi a segunda marca do grupo com as maiores receitas, atingindo 1,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre, um aumento de 8,3%.

Já a loja de cosméticos Hebe (Polónia e República Checa) atingiu receitas de 130 milhões de euros, um crescimento de 39,2% em euros.

“Entrámos em 2024 conscientes de que a conjugação da deflação alimentar com a inflação nos custos iria intensificar o ambiente concorrencial nos diferentes mercados, em especial na Polónia. Mantivemos, por isso, um foco inabalável na liderança de preço como forma de continuar a crescer volumes e a reforçar as nossas posições competitivas. A consistência e assertividade na execução desta estratégia levaram todas as insígnias do grupo a entregar, nos primeiros três meses do ano, crescimentos de vendas na mesma base de lojas e para além do efeito positivo de calendário, apesar da inflação negativa ou nula registada nos respetivos cabazes”, aponta Pedro Soares dos Santos, presidente da Jerónimo Martins, no comunicado à CMVM.

“O desafio adicional de operar num contexto de deflação alimentar e elevada inflação de custos manter-se-á. As nossas duas principais prioridades permanecem, assim, inalteradas: em primeiro lugar, ser a primeira escolha dos consumidores e crescer vendas investindo em preço, na qualidade global das propostas de valor e na expansão da rede de lojas; e em segundo lugar, reforçar a eficiência em todas as frentes. Em simultâneo, continuaremos a investir nas nossas equipas, cuja dedicação e compromisso têm sido fundamentais para o nosso sucesso, e a fazer uma diferença positiva nas comunidades onde operamos”, explica. 
A dona do Pingo Doce e do Recheio lembra ainda que a Assembleia Geral de Acionistas aprovou, q 18 de abril, a proposta do Conselho de Administração de distribuir um dividendo de 0,655 euros por ação, num valor que ascende a 411,6 milhões de euros. Este montante será pago a 15 de maio.
RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.