A Jerónimo Martins viu os lucros encolherem 30,7% no primeiro trimestre do ano, para os 97 milhões de euros. Este valor compara com os 140 milhões de euros alcançados entre janeiro e março de 2023.
A retalhista anunciou, como previsto, os resultados operacionais esta sexta-feira, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A empresa justifica a queda devido à dotação de 40 milhões de euros para a Fundação Jerónimo Martins, criada no arranque do ano. “Se excluídos os outros ganhos e perdas de natureza não recorrente”, os valores estão “em linha com o mesmo trimestre do ano anterior” devido à “firma execução da estratégia desenhada”.
Apesar desta quebra homóloga nos lucros, a dona do Pingo Doce dá conta de um crescimento de 18,6% das vendas, tendo atingido os 8,1 mil milhões de euros. “Este comportamento das vendas levou o EBITDA consolidado a crescer 13,9%, enquanto a respetiva margem, como antecipado, foi pressionada pelo investimento em preço e pela inflação nos custos, reduzindo-se 26 pontos-base em relação ao mesmo período do ano anterior”, indica a empresa no comunicado.
A Jerónimo Martins detalha aos investidores que arrancou o ano “com posições de mercado fortes e determinados a manter a competitividade de preço e a qualidade da oferta” para continuar a crescer as vendas. Explica a retalhista que no primeiro trimestre se viveu um “contexto particularmente desafiante, com as nossas maiores insígnias a operarem com deflação nas vendas, que contrasta sobremaneira com o sucedido no mesmo trimestre do ano anterior, quando a inflação alimentar ultrapassou os 20%”.
Adianta a empresa que a maioria das receitas vieram da Polónia (71,3%), sendo que a faturação dos supermercados Biedronka cresceram 18,8% para 5,7 mil milhões de euros (sendo que em moeda local cresceu 9,3%). O Pingo Doce foi a segunda marca do grupo com as maiores receitas, atingindo 1,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre, um aumento de 8,3%.
Já a loja de cosméticos Hebe (Polónia e República Checa) atingiu receitas de 130 milhões de euros, um crescimento de 39,2% em euros.
“Entrámos em 2024 conscientes de que a conjugação da deflação alimentar com a inflação nos custos iria intensificar o ambiente concorrencial nos diferentes mercados, em especial na Polónia. Mantivemos, por isso, um foco inabalável na liderança de preço como forma de continuar a crescer volumes e a reforçar as nossas posições competitivas. A consistência e assertividade na execução desta estratégia levaram todas as insígnias do grupo a entregar, nos primeiros três meses do ano, crescimentos de vendas na mesma base de lojas e para além do efeito positivo de calendário, apesar da inflação negativa ou nula registada nos respetivos cabazes”, aponta Pedro Soares dos Santos, presidente da Jerónimo Martins, no comunicado à CMVM.
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