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Jerónimo Martins prevê retoma em Portugal no segundo semestre de 2022

“Prevemos uma retoma – que assim temos planeado para nós mesmos –, para o segundo semestre de 2022, que é quando vemos possivelmente alguma recuperação da atividade económica em Portugal”, afirmou o CEO do Grupo Jerónimo Martins, respondendo a uma questão colocada pelo Jornal Económico na conferência de imprensa realizada esta quinta-feira.
  • Inácio Rosa / Lusa
4 Março 2021, 13h52

O Grupo Jerónimo Martins prevê que a retoma de mercado ocorra em Portugal na segunda parte do ano de 2022. “Pensamos que a retoma, com um princípio de normalização desta situação, está prevista para o segundo semestre de 2022, em Portugal. Prevemos uma retoma – a assim temos planeado para nós mesmos –, para o segundo semestre de 2022, que é quando vemos possivelmente alguma recuperação da atividade económica em Portugal”, afirmou o CEO do Grupo Jerónimo Martins, respondendo a uma questão colocada pelo Jornal Económico na conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, 4 de março, para divulgação dos resultados do Grupo JM.

No atual enquadramento de mercado, “o Pingo Doce perdeu a quota de restauração, com o fecho dos restaurantes e do take away e, também, com as restrições de circulação de pessoas dentro das lojas”, explicou Pedro Soares dos Santos. No entanto, em relação à quantificação das quotas de mercado, o CEO do Grupo JM queixou-se de não haver “ninguém que faça a medição de forma precisa. Não há ninguém que as meça verdadeiramente”, comentou.

Atualmente, nota-se que em Portugal “há estagnação no consumo. As pessoas têm necessidade de comprar produtos em promoção e sente-se isto há quatro ou cinco meses”, refere Pedro Soares dos Santos. Entre as insígnias da distribuição alimentar mais afetadas no Grupo JM pela atual situação de mercado está a “Recheio, muito focado no canal Horeca, que está fechado, não tem dinâmica absolutamente nenhuma”.

Na Europa, as geografias não deverão evoluir ao mesmo ritmo para a fase de retoma da atividade, explica o CEO do Grupo JM, adiantando que na “Polónia prevejo que no segundo semestre deste ano possa haver uma retoma”. Assim, o arranque da Polónia será anterior ao do mercado português, porque, segundo Pedro Soares dos Santos, “o Governo polaco protegeu o emprego e a economia”. Quando ao comportamento dos preços, o responsável do Grupo JM adianta que “não prevemos inflação alimentar em Portugal e na Polónia. Até prevemos alguma deflação”, diz.

Os resultados líquidos do Grupo Jerónimo Martins em 2020 – excluída a aplicação das normas da IFRS16 – atingiram 361 milhões de euros, ficando 16,6% abaixo do ano anterior, informa um comunicado do grupo enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM). Com a IFRS16, os resultados líquidos cifraram-se em 312 milhões de euros, 19,9% abaixo de 2019, adianta o mesmo comunicado, referindo que “o EPS é de 0,50 euros por ação. Excluindo Outras Perdas e Ganhos (não usuais), o EPS foi de 0,55 euros, 12,6% abaixo do ano anterior”, esclarece o comunicado.

As vendas consolidadas da Jerónimo Martins cresceram 3,5% para 19,3 mil milhões de euros (mais 6,7% a taxas de câmbio constantes) com um like for like (LfL) de 3,5% – o LfL é o indicador do sector que compara o mesmo parque de lojas em operação durante períodos distintos, retirando da análise os encerramentos e as aberturas de novas unidades. No quatro trimestre, as vendas cresceram 2,4% para 5,1 mil milhões de euros (mais 6,8% a taxas de câmbio constantes), informa a JM no comunicado enviado à CMVM.

O EBITDA do Grupo JM, excluindo a IFRS16, cifrou-se 1.024 milhões de euros. Com a IFRS16, o EBITDA registou uma redução de 1,0% (ou de mais 1,9%, a taxas de câmbio constantes) para 1.423 milhões de euros, adianta a JM. No quarto trimestre de 2020 o EBITDA cresceu 1,6% (mais 6,2%, a taxas de câmbio constantes) para 394 milhões de euros, refere o comunicado.

Na rede polaca da Biedronka, o EBITDA cresceu 5,7% (mais 9,3% em moeda local), refere a empresa, adiantando que a respetiva margem foi 9,3% versus 9,4% em 2019. No quarto trimestre de 2020, o EBITDA cresceu 5,6% (mais 10,9% em moeda local) com a margem de 9,5%, em linha com o quarto trimestre de 2019, informa o Grupo JM. Na distribuição em Portugal, o EBITDA do Grupo JM reduziu 21,0%, refere o comunicado. A margem foi 5,4% (o que compara com 6,5% em 2019), adianta o mesmo comunicado.

No quarto trimestre de 2020, o EBITDA caiu 20,1% e a margem foi 5,3% (comparada com 6,4% no quarto trimestre de 2019). Na rede da Colômbia, a Ara, o EBITDA reduziu as perdas de -28 milhões de euros para -20 milhões de euros em 2020, o que traduziu uma melhoria de 18,9% em moeda local. No quarto trimestre de 2020, o EBITDA foi de 2 milhões de euros versus -3 milhões de euros no quarto trimestre de 2019, refere o Grupo JM.

O cash flow do Grupo JM em 2020 foi de 516 milhões de euros, versus 494 milhões de euros gerados em 2019, e a posição líquida de caixa ascendeu em 2020 a 509 milhões de euros (o que compara com 196 milhões de euros em 2019). Incluindo as responsabilidades com locações operacionais capitalizadas, a dívida líquida atingiu 1.752 milhões de euros, refere ainda o comunicado, detalhando que o pré-tax ROIC, calculado sem aplicação da IFRS16, atingiu 29,7%, sendo que, com a IFRS16, o pre-tax ROIC foi de 16,5% (16,3% em 2019).

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