Os tempos de jogador não foram fáceis para Jorge Jesus. “Estudava à noite e trabalhava como soldador durante o dia. Um dia, cheguei a casa, às onze e tal da noite, estava a jantar e lembro-me perfeitamente que adormeci à mesa e a minha cabeça caiu dentro do prato da sopa. O meu pai chamou-me e disse-me para escolher entre os estudos, o trabalho e o futebol”, recordou ao jornal “A Bola”.
O técnico, que passou a infância na Amadora, é filho de Virgolino, que chegou a jogar com os “Cinco Violinos”. No dia em que foi apresentado como treinador do Sporting, o clube fez-lhe uma surpresa ao mostrar imagens que recordavam o pai. Jesus teve então de desviar o olhar dos ecrãs gigantes e de suspirar várias vezes para evitar as lágrimas.
O técnico terminou a carreira como jogador no Almancilense e iniciou a carreira como treinador no Amora, em 1989/90, aos 34 anos. Passou depois pelo Felgueiras, União da Madeira, Estrela da Amadora, Setúbal, Vitória de Guimarães, Moreirense, Leiria, Belenenses, Braga, Benfica e, em 2015, Sporting.
Uma das suas máximas é de que “o futebol não é uma ciência exacta, é a ciência de um treinador”. E assim criou a ‘sua’ ciência, inspirado na forma de pensar de Johan Cruijff, com quem estagiou em 1993 durante um mês, quando o holandês orientava o Barcelona. Descrito como um técnico genuíno, não tem problemas em ser duro com os atletas quando se justifica. “Não me considero um técnico duro, sou apenas louco pela perfeição”, afirmou.
Num treino do Felgueiras, um adepto apontou-lhe uma arma à cara e ameaçou-o de morte se não se fosse embora. “Ó mouro, tu põe-te daqui para fora ou dou-te um tiro”, disse-lhe o adepto, mas Jesus não se retirou: enfrentou o agressor e manteve-se com a equipa.
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