Provavelmente vai ser uma das palavras de 2019: Joacine.

Joacine Katar Moreira fez história e já é a grande marca destas eleições. Por tudo e por nada. O Livre, sejamos simpatizantes ou não, fez uma campanha digna de bom marketing político, e com muito menos dinheiro que os restantes partidos. Da música ao vídeo, passando pelos bem conseguidos cartazes e terminando em Joacine. Bom trabalho publicitário e boa gestão de marca, tanto é que os resultados apareceram.

Joacine nem precisa de falar para conquistar votos de simpatizantes do Livre. Estamos no tempo em que finalmente começamos a valorizar as minorias e a dar-lhes voz, embora nem todas mereçam ser representadas pela voz perigosa que possam vir a ter, mas isso já são outros quinhentos. Ainda assim, quando Joacine fala traz polémica, e nem é pelo que diz é pela forma como diz.

A gaguez trouxe tanta polémica em volta desta nova deputada que realmente dá vontade de rir. Uns porque dizem que é encenada, outros porque acham que por ser gaga não deveria ser a voz de um partido, como se no Parlamento só existissem vozes de rádio, e outros ainda porque acham que isso favoreceu a sua eleição. Estamos em 2019 e ser gago é um problema assim tão grande? Triste.

Resultado de todas essas polémicas e da força interior que a senhora parece ter, Joacine sorri, aparece sempre bem vestida e quando quer transmitir uma mensagem não gagueja.

Os parlamentos precisam de diversidade, da boa, e Joacine vai ser isso tudo. Além disso já deu tanto que falar que só por isso já valeu a pena ser eleita. Além do mais, com a campanha do Livre e Joacine estas eleições foram tudo menos aborrecidas. Veremos, daqui para a frente, o que vai trazer ao Parlamento.