João Rui Ferreira: um “conselheiro” do PSD para ser o braço direito de Pedro Reis na Economia

O ministério da Economia divulgou na manhã desta sexta-feira uma nota sobre a nomeação de João Rui Ferreira para secretário de Estado da Economia, dando conta que até agora este desempenha o cargo de secretário-geral da Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR), a entidade que representa as empresas produtoras do sector. Mas há mais a dizer acerca de João Rui Ferreira.

O novo secretário de Estado da Economia, que vai trabalhar sob o comando do ministro Pedro Reis, tem um mestrado e licenciatura em Engenharia Química, pela Universidade de Aveiro, e é pós-graduado em Métodos Quantitativos em Gestão pela Escola de Gestão do Porto.

Em 2021 completou o Advanced Management Program no INSEAD, um programa dirigido a executivos séniores, incluindo CEOs (administradores executivos), CFO (administradores financeiros), COO (administradores responsáveis pelas operações) ou outras posições de relevo em empresas, como responsáveis regionais de uma geografia qualquer, seja em empresas públicas ou privadas. Aliás, para tirar o AMP no INSEAD cada “aluno” tem de ter um mínimo de cinco anos de experiência como executivo sénior e 12 de experiência em gestão.

Segundo a nota do Ministério da Economia, João Rui Ferreira “iniciou a carreira profissional na direção de áreas operacionais como a qualidade, gestão da produção e direção geral da WFSCork”. Desde o início de 2022 assumiu a direção executiva da APCOR, sendo o atual diretor-geral, “mas com uma visão integrada da fileira da Cortiça”. “É hoje presidente do CTCOR, da FILCORK, interprofissional da fileira e ainda da Confederação Europeia da Cortiça”.

O que a nota não menciona é que João Rui Ferreira é também um nome já conhecido no PSD. O gestor foi (ou é) um dos coodenadores do Conselho Estratégico Nacional do partido, com foco na área dos “Serviços Públicos e Reforma do Estado”.

Recentemente, em 14 de março, o Jornal Económico publicou uma entrevista com João Rui Ferreira, dada ainda antes das eleições. O agora secretário de Estado da Economia ainda estaria longe de saber que iria ser convidado para governante. 

Na conversa, revelou ao Jornal Económico (JE) que apesar de 2024 não se mostrar como um ano muito fácil, o sector mantém a sua meta de chegar aos 1.500 milhões de euros em exportações até 2030. E enalteceu a resiliência do sector, que engloba 800 empresas e que emprega mais de oito mil pessoas. No ano passado, o sector conseguiu atingir novos recordes nas exportações de cortiça, chegando aos 1.232 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 2% face a 2022. Isso em valor, porque em quantidade exportada, caíram 12%.