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Jogo online francês financia-se em 4 milhões e negoceia com mais clubes portugueses

A empresa conta com mais de uma centena de clubes europeus, entre os quais FC Porto, SL Benfica e Sporting CP. Ao Jornal Económico, o CEO da Sorare diz que Portugal é uma ponte para a expansão internacional: “Há uma reserva incrível de talentos e estamos a recrutar muitos criadores de jogadores, economistas de jogos, e desenhadores de jogos”.
27 Julho 2020, 18h05

Os adeptos de futebol e os clubes europeus continuam a investir na digitalização do desporto. Há uma plataforma de compra e venda de cartas virtuais à qual já aderiram FC Porto, SL Benfica e Sporting CP – e mais ingressarão nos próximos meses. A startup francesa Sorare, que criou o jogo Global de Fantasy Football, angariou 4 milhões de dólares (cerca de 3,4 milhões de euros) numa ronda de investimento liderada pela gestora de capital de risco norte-americana e.ventures e prepara-se para agregar novos clubes da Europa, Estados Unidos e Ásia.

A empresa pretende concluir também parcerias de licenciamento com cinco ligas e 150 clubes até o final do ano e adicionar mais “clubes de topo” ao seu portefólio. Para o CEO e cofundador da Sorare, o futebol tem muita importância em Portugal do ponto de vista cultural, pelo que os objetivos da empresa são sobretudo três: mais contratos, recrutamento e estratégia de internacionalização.

“A nossa ambição é estabelecer parcerias diretas com outros clubes de futebol portugueses nos próximos meses. Portugal tem uma reserva incrível de talentos – estamos a recrutar muitos criadores de jogadores, economistas de jogos, e desenhadores de jogos – e é uma janela aberta para o mundo e especialmente para o mundo lusófono. A construção de uma presença em Portugal irá ajudar-nos a expandirmo-nos por todo o mundo”, disse Nicolas Julia ao Jornal Económico (JE).

O gestor considera que a pandemia trouxe à tona a fragilidade dos modelos de negócio dos clubes de futebol, que dependem dos direitos televisivos e da venda de bilhetes, mas confirmou que os mais resilientes são aqueles que conseguem vender a sua marca como entretenimento.

“Acreditamos que os clubes de futebol compreendem isto e já estão à procura de novos fluxos de receitas. Esta é uma oportunidade real para desenvolvermos mais parcerias com clubes portugueses e temos tido muito mais contactos desde o início da pandemia. Nenhum clube de futebol estava envolvido em ‘licenciamento de cadeias de bloqueio’ antes da Sorare, agora podem ganhar dinheiro licenciando as suas marcas na Sorare e desenvolver a marca do seu clube a um público internacional e de jovem de jogadores”, explica ao JE.

A empresa criou um mercado online que permite aos utilizadores comprarem e venderem colecionáveis digitais que representam jogadores de futebol através de tecnologia blockchain (mais concretamente com criptomoedas Ethereum), que é utilizada para determinar quem detém essas cartas e o grau de exclusividade das mesmas.

O jogo foi lançado em março de 2019 – por Nicolas Julia e o seu sócio Adrien Montfort – e contabiliza (junho de 2020) 350 mil dólares (aproximadamente 297 mil euros) de volume de trocas. A sua primeira ronda de financiamento, anunciada este mês, contou ainda com a participação da Partech, Fabric a Ventures, Semantic Ventures e do ex-jogador alemão André Schürrle.

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