José Eduardo Carvalho foi reeleito para um novo mandato como Presidente até 2027 nas eleições realizadas na Associação Industrial Portuguesa (AIP).
A Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) volta assim a ser liderada pelo gestor que comanda a maior e mais antiga associação empresarial portuguesa desde 2012.
José Eduardo Carvalho toma posse para um novo mandato “com energia renovada para continuar a trabalhar na defesa do tecido empresarial num período marcado por grandes transformações”, segundo a AIP.
A lista candidata aos órgãos sociais da AIP-CCI, para um mandato de mais quatro anos, entre 2024 e 2027, para além de ter José Eduardo Carvalho na Direção, tem Pedro Ferraz da Costa na Mesa da Assembleia Geral e Mara Almeida no Conselho Fiscal.
Esta lista foi eleita por 98% dos votos expressos, sendo 1% de votos nulos e 1% de votos brancos.
A acompanhar José Eduardo Carvalho na liderança da AIP-CCI estarão Vítor Neto, da NERA, Nuno Ribeiro da Silva, da Telcabo, António Tavares, da Renova, António Poças da Rosa, da NERLEI, António Leal, da NERSANT, Jorge Pais, da Endogena, Rosinda Castanhas, da VHumana, e Joana Rafael, da Senseidata.
“Encaro esta reeleição como um sinal de reconhecimento pelo trabalho realizado ao longo dos últimos anos, tanto a nível interno, pelo processo de reestruturação que realizámos na AIP, como externo, com o crescente papel que temos e queremos continuar a ter na defesa dos nossos associados, das empresas que criam valor para Portugal”, refere em comunicado José Eduardo Carvalho.
O Presidente da AIP considera a reeleição como “um voto de confiança na capacidade desta direção, mas também de todos aqueles que trabalham na AIP, em dar resposta aos imensos desafios que as empresas portuguesas enfrentam, desde a transição digital à energética, passando pela necessidade de termos empresas financeiramente mais sólidas, mais competitivas, para que sejam capazes de singrar num mercado global”.
O que pretende a direção para o novo mandato?
A AIP diz que assumirá um papel mais interventivo nas áreas onde o movimento associativo empresarial tem demonstrado um déficit de intervenção sobre a política económica (fiscal, laboral, proteção ambiental, capitalização, infraestruturas).
A inovação, através da digitalização, a transição para uma energia mais limpa, que é também economicamente mais eficiente, são também dois dos pilares de atuação desta direção para o mandato de 2024 a 2027, a que se junta a necessidade premente de aumento da produtividade nas empresas portuguesas num contexto de crescimento acelerado dos salários, evolução essa que deve estar correlacionada a bem da estabilidade financeira do setor empresarial.
A AIP diz que em Portugal há mais de 114 mil empresas que apresentam EBITDA negativo, “uma situação que deve não só preocupar como levar à ação por parte do poder político”.
A AIP-CCI, que conta com 118 associações empresariais filiadas e mais de 6.100 associados diretos, garante que “trabalhará no sentido de promover a capitalização e melhoria da estrutura de capitais permanentes das empresas, nomeadamente através de um conjunto de instrumentos capital e quasi-capital do PRR”.
“A solidez financeira do tecido produtivo nacional assume-se como essencial para que, num contexto de crescimento económico menos pujante, as empresas possam ter a capacidade de se internacionalizarem, mas também de reforçarem a sua capacidade exportadora, com impactos positivos nos capitais, na criação de mais e melhor emprego, e, em última análise, num contributo ainda mais expressivo para a criação de riqueza para o País”, refere a associação.
A AIP considera que “este trabalho é essencial para que os empresários e as empresas possam prosperar, assim como o é a necessidade de Portugal ter um quadro fiscal amigo das empresas e dos trabalhadores”.
O desagravamento fiscal nas empresas e nos trabalhadores é, na perspetiva da AIP, urgente, sendo por isso uma das prioridades na atuação desta nova direção que procurará demonstrar perante o poder político a importância da revisão do quadro fiscal nacional.
“Portugal tem uma fiscalidade complexa e excessiva, com mais de 4.300 impostos e taxas, bem como 453 benefícios fiscais. É manifestamente exagerado o esforço fiscal, o sexto maior entre os países da União Europeia, sendo contraproducente tanto para as empresas portuguesas como para a necessária atração de investimento estrangeiro para o País”, alerta a AIP.
“Junta-se a este cenário adverso a elevada imprevisibilidade que tem caracterizado esse mesmo quadro fiscal existente em Portugal contrário ao que é necessário para fomentar o investimento privado”, acrescenta.
A AIP assegura que continuará a trabalhar “na defesa dos interesses das empresas portuguesas, na dinamização do tecido empresarial português, a contribuir para o fortalecimento do associativismo empresarial e fornecer serviços de qualidade a empresas e associados para que estas possam crescer de forma mais sustentável, num quadro competitivo justo, que lhes permita prosperar e, assim, ajudar a dar o impulso necessário à economia nacional”.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com