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Juan Carlos Escotet admite estar à procura de um banco em Portugal

“Portugal é um mercado estratégico e complementar para o Abanca e por isso continuamos atentos a oportunidades que surjam”, disse Juan Carlos Escotet.
  • Juan Carlos Escotet Rodríguez, presidente do Abanca
3 Fevereiro 2021, 11h54

O presidente do Conselho de Administração do Abanca, Juan Carlos Escotet, admitiu em conferência de imprensa de apresentação de resultados, que o mercado português era estratégico e complementar para o banco galego e como tal estudará oportunidades que surjam para o crescimento por aquisições.

“Portugal é um mercado estratégico e complementar para o Abanca e por isso continuamos atentos a oportunidades que surjam”, disse Juan Carlos Escotet.

O grupo desistiu definitivamente de comprar o português Eurobic, mas continua interessado em crescer em Portugal e irá olhar para eventuais possibilidades de aquisições.

“Não descartamos alternativas novas que surjam no mercado”, admitiu, ao mesmo tempo que reconheceu que neste momento não há qualquer operação em concreto a ser analisada

A posição de Isabel dos Santos no EuroBic  (42,5%) que estava à venda está neste momento indisponível porque a empresária angolana assinou um acordo de promessa de compra e venda com o empresário Roger Tamraz, dono da Netoil.

Recentemente, o Jornal de Negócios noticiou que o Banco de Portugal alertou, numa carta enviada aos acionistas do EuroBic no final do ano passado, para o facto de a informação prestada pela Netoil, empresa liderada por Roger Tamraz, não ser verdadeira e precisa, o que levantou “fortes reservas” ao supervisor.

Sobre o processo de compra do Novo Banco em Espanha, Juan Carlos Escotet admitiu, quando questionado sobre o assunto, que estava a estudar a operação, mas que ainda não havia uma decisão tomada.

Juan Carlos Escotet está aberto a estudar possíveis fusões em Espanha devido à posição de capital e solvabilidade do Abanca. “Temos interesse em integrações com maior volume de negócios e que nos permitam manter nosso modelo de negócios e de governance. Não descartamos novas alternativas que possam estar no mercado”, afirmou.

Nos últimos tempos o Abanca tem realizado várias integrações com entidades de menor dimensão. Em 2014 comprou o Banco Etcheverría; em 2017, foi realizada a compra dos Popular Servicios Financieros; em 2018, adquiriu a filial do Deutsche Bank em Portugal e, também nesse mesmo ano, adquiriu a sua atividade em Espanha à Caixa Geral de Depósitos.

No que toca a dividendos o Abanca disse que “temos tentado cumprir os requisitos estabelecidos pelo BCE”.

“A política de distribuição de dividendos nos últimos anos tem sido prudente. Boa parte dos resultados foi reinvestida e isso explica os elevados rácios de capital. Para 2021 a nossa intenção é decretar um dividendo de acordo com os máximos estabelecidos pelo BCE. Esperamos fazer o anúncio no próximo mês ”, explicou Escotet.

O Abanca obteve um resultado líquido atribuível de 160 milhões de euros em 2020, após constituir 273 milhões de euros em provisões para acautelar o impacto da Covid-19, e com o objetivo de enfrentar o ano de 2021 com uma posição sólida. O resultado traduz uma queda de 60% face ao ano anterior quando registou lucros de 405 milhões de euros.

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