“É uma boa notícia tendo em conta a expectativa e onde estávamos há umas semanas”, disse o presidente do grupo Abanca, Juan Carlos Escotet, na conferência de imprensa.
O banqueiro explicou que o acordo tem a vantagem e “aumentar a certeza” o que é bom para os mercados, já que elimina a volatilidade que a incerteza traz aos mercados.
Juan Carlos Escotet considera que há ainda desafios importantes no acordo. Nomeadamente saber se a taxa de 15% é a taxa máxima, ou se é mantida a tarifa de 50% sobre o alumínio e aço da UE que tem sido invocada como parte de uma política protecionista mais ampla implementada pelos EUA.
Falta saber se para alguns setores a taxa pode ser zero, disse o presidente do Abanca.
Recorde-se que no “acordo” a UE paga agora tarifas de 15% sobre as suas exportações para os EUA, quando se compromete a cobrar tarifas zero sobre as importações dos EUA para a UE.
A União Europeia concordou comprar 750 mil milhões de dólares em energia aos EUA, (especificamente 250 mil milhões de dólares para cada um dos próximos 3 anos), comprometeu-se a investir 600 mil milhões de dólares no mercado norte-americano e a comprar “grandes quantidades” de equipamento militar e vai também abrir o mercado europeu a produtos norte-americanos que estarão isentos de tarifas. Em troca a UE não recebe nada.
Juan Carlos Escotet diz que dado o contexto “o acordo tem efeitos positivos”.
O presidente do Abanca também rejeitou que tenha outras aquisições em vista, e reforçou que a prioridade é concluir a integração do EuroBic.
Sobre esta integração o banqueiro salientou a complementariedade do EuroBic com a sucursal portuguesa do Abanca e por isso não têm prevista a redução revelante de pessoas. O grupo em Portugal tem 2.000 pessoas.
Francisco Botas, CEO, sublinhou que o banco está a atrair o maior talento português.
O Abanca também não têm previsto uma redução da rede de balcões em Portugal, sublinhou o presidente do banco.
“Não no interessa a integração com o Sabadell”, frisou ainda Juan Carlos Escotet.
Por fim, o presidente do banco espanhol rejeitou que tenha sido qualquer animosidade por parte do Governo português no que toca à compra de bancos portugueses. Juan Carlos Escotet “não tem razões de queixa” e que cada vez que tomou uma decisão de reforçar em Portugal — primeiro com a aquisição do negócio do Deutsche Bank e depois com o Eurobic — sempre tratou o Abanca “magnificamente bem”.
Na conferência de imprensa não houve oportunidade para as perguntas da maioria dos jornalistas portugueses.
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