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Juan Carlos I: O rei sai nu

O exílio do rei emérito é a última oportunidade de preservação da monarquia espanhola – apesar de a possibilidade de secessão ser o verdadeiro problema do país. Juan Carlos ficará conhecido na história como o rei que atirou para o lixo a página dourada que sobre ele já tinha sido escrita e a substituiu por uma garatuja onde se acotovelam animais mortos, amantes e corrupção.
9 Agosto 2020, 18h00

Quando tudo fazia crer que o jovem rei Juan Carlos de Espanha – que tomou posse em 22 de novembro de 1975 – pouco mais seria que um peão no meio dos abutres do regime franquista, o delfim de Francisco Franco demonstrou inesperadamente ser detentor de vida própria e alterou o rumo de um país que arriscava encalhar num istmo demasiado saliente da sua própria história. O exemplo recente dos vizinhos a oeste, Portugal, terá contribuído para que o jovem rei percecionasse o tempo fundamental em que era chamado a governar e tivesse por isso decidido que era tempo de encerrar aquele bizarro período de suspensão da monarquia sem contudo ter sido instaurada uma república.

Apesar de todas as incongruências e de todos os defeitos que a transição incorporou – alguns deles acabando por evidenciar-se em pouco tempo – o certo é que, entre carlistas com o prazo caducado, franquistas à procura de botijas de oxigénio, comunistas que voltavam a descobrir um amanhã e filhos de anarquistas com os pais trocados, Juan Carlos conseguiu endireitar um caminho que se revelava tremendamente tortuoso.

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