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Juiz liberta ex-coordenador e antigo inspetor-chefe da PJ, acusados de tráfico de droga

O ex-coordenador da Polícia Judiciária (PJ) e o antigo inspetor-chefe, que se encontravam em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, na sequência da acusação de tráfico de droga e corrupção, constam da lista dos nove arguidos que foram hoje libertados.
8 Agosto 2017, 15h54

O advogado do ex-coordenador da PJ, Carlos Melo Alves, esclareceu à Lusa que a decisão de libertar os arguidos foi do juiz Carlos Alexandre, devido ao tempo máximo de prisão preventiva, até à decisão instrutória, terminar no dia 13 deste mês. E como a decisão instrutória não será conhecida antes da data limite, o juiz determinou hoje, dia em que foi novamente adiado o início do debate instrutório no Tribunal Central de instrução Criminal para 1 de setembro no Tribunal de Monsanto, que os arguidos em prisão domiciliária e preventiva “fossem imediatamente” libertados.

Segundo relata a agência de notícias, que teve acesso à acusação da ‘Operação Aquiles’, em outubro de 2006, a PJ já tinha fortes indícios de suspeita de ligações de Carlos Dias Santos aos traficantes de droga, indícios esses que surgiram de informações resultantes de vigilância e recolha de informação que “evidenciava fortes suspeitas de ligações ao mundo do crime”, do ex-coordenador da PJ, da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE), com Jorge Manero de Lemos e à sua atividade de tráfico de droga.

Um agente da PJ disfarçado conseguiu determinar, na altura, através de uma reunião com um suspeito de nacionalidade paraguaia, que a organização criminosa que exportava cocaína para a ‘Terras Australis’, empresa em Torres Vedras, “tinha um informador na Polícia Judiciária”, enquanto as autoridades norte-americanas (DEA) informaram a PJ de que o elemento que colaborava com as organizações de tráfico de droga tinha a alcunha de “la maquina”, um dos factos que os conduziu a Dias Santos, pelo uso significativo da expressão “és uma máquina”.

Os dois elementos da PJ usavam, ainda, informações que as organizações criminosas por si protegidas avançavam sobre organizações “concorrentes”, utilizando essas mesmas informações “na UNCTE para fazer bons serviços com apreensões de droga e assim credibilizar os pretensos informadores”.

O Ministério Público acusou, neste processo, 29 arguidos por tráfico de droga, associação criminosa e corrupção com vista ao tráfico e corrupção passiva para prática de ato ilícito, onde consta ainda o militar da GNR José Baltazar da Silva e Frankelim Lobo, líder da organização de narcotráfico com residência em Málaga, Espanha, mas com paradeiro desconhecido, conclui a agência de notícias portuguesa.

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