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Junho será o mês dos Touros ou dos Ursos?

Para que lado irá pender a balança dos investidores no último mês do primeiro semestre de 2020?
1 Junho 2020, 13h12

Com os principais índices norte-americanos mais perto de novos máximos do que dos mínimos atingidos em Março, a grande incógnita do mercado nesta fase é para que lado irá pender a balança dos investidores no último mês do primeiro semestre de 2020, até porque isso irá ser importante para as performances de inúmeros activos financeiros indexados ao registo de Wall Street.

Agora que a fase de maior incerteza sobre o impacto inicial da pandemia de Covid-19 teria na saúde dos cidadãos e indirectamente no tempo em que as medidas mais extremas de contenção teriam de estar activas, o ruído no mercado ganhou um novo tom com o regresso do tema da guerra comercial.

Tópico esse que na sexta-feira não se agravou visivelmente visto que Trump não aumentou a retórica que tinha utilizado durante a semana contra o Governo chinês por causa da nova lei de segurança nacional para Hong Kong. Contudo, já hoje uma notícia da Bloomberg deu conta de que dois dos principais importadores de produtos agrícolas chineses tiveram ordem para suspender as compras aos produtores norte-americanos, o que poderá vir a espoletar uma subida do nível de quezília existente entre as duas maiores economias do mundo.

Mas, para além disso, este mês será muito importante por causa de outros dois factores, um deles ocorrerá na sexta-feira, com os non-farm payrolls e a taxa de desemprego nos EUA que se deverá situar perto dos 20%, o valor mais elevado desde a grande depressão em 1930.

O outro factor é algo que tem andado no subconsciente dos investidores, mas que devido à falta de visibilidade de dados não tem tomado parte dos assuntos do dia, refiro-me ao sector da banca, nomeadamente ao impacto que a contracção económica e desemprego elevado terão nos balanços dos bancos.

Os testes de stress anuais que deverão ser anunciados no final de Junho, irão ser diferentes do que os bancos previam antes do início da crise, e por agora tanto o sector como o regulador não sabem muito bem qual será o resultado final dessas alterações, dado que irão conter variáveis para incluir incidências especificas do que está a ocorrer na economia, incluindo a possibilidade de diferenciação de riscos consoante o sector, por exemplo à hotelaria ou à aviação.

Isto é importante porque será com essa análise que depois as empresas poderão ter mais margem para libertar ou não dividendos aos seus accionistas, consoante os níveis de capital que tenham que possuir.

Mas ainda é cedo para se ter uma percepção do que poderá ocorrer, isto porque há analistas que indicam a possibilidade de maiores necessidades de capital, mas por outro lado há quem defenda que tendo em conta a mentalidade existente de emprestar o máximo possível às empresas para as aguentar, a Fed poderá mesmo vir a relaxar essa condição.

Certo é que enquanto não houver algo que mais concreto, a incerteza poderá causar alguma volatilidade extra no sector nas próximas semanas.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é de diário.

 

 

É importante ter alguma atenção ao S&P500, visto que se está a afastar da linha superior do canal enquanto o indicador técnico stochastic continua bastante sobre-comprado e já há algum tempo.

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