O Ministério Público está a investigar o administrador demitido do Novobanco, Carlos Brandão, por causa de operações financeiras suspeitas “na sua esfera pessoal”. O banco detectou e fez participação ao Ministério Público.
Fonte oficial da Procuradoria-Geral da República confirma ao JE abertura de inquérito e dá conta que estão a ser realizadas 12 buscas domiciliárias e não domiciliárias ainda em estabelecimento bancário para obter meios de provas na investigação a crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação por parte do administrador do Novobanco.
“No âmbito de inquérito dirigido pela 4.ª Secção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estão a ser realizadas diligências de busca para identificação e apreensão de documentos e outros meios de prova de interesse para a descoberta da verdade”, avança a PGR em comunicado no site do DCIAP que investiga os crimes económicos e financeiros de elevada complexidade.
De acordo com o DCIAP, “foram ordenadas/autorizadas, em concreto, quatro buscas domiciliárias, uma busca em estabelecimento bancário e sete buscas não domiciliárias”, no âmbito do inquérito em que, diz, poderão estar em causa, designadamente, “factos suscetíveis de constituírem a prática de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação por parte de um administrador do Novobanco”.
Participam nas referidas buscas um magistrado do Ministério Público, um magistrado judicial e vários elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária.
A atuação do Ministério Público, cujo processo, diz, encontra-se em segredo de justiça, surge após o Novobanco ter dado conta à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), nesta terça-feira, 7 de janeiro, que o Conselho Geral e de Supervisão do Novobanco aprovou a destituição com justa causa de Carlos Brandão do cargo de membro do Conselho de Administração Executivo e Chief Risk Officer (CRO), com efeitos imediatos.
“Esta decisão foi tomada no seguimento da identificação, através de processos internos do Banco, de operações financeiras suspeitas realizadas na sua esfera pessoal, as quais deram origem a uma denúncia às autoridades“, lê-se no comunicado enviado à CMVM.
O Novobanco garante que “as operações em causa não estão relacionadas nem envolvem, de forma alguma, o Banco e, como tal, não têm qualquer impacto nos clientes, em contas ou operações de clientes, na posição financeira ou na atividade do Banco, nas suas operações comerciais, no sistema de gestão de riscos nem nos seus colaboradores”.
Segundo o banco liderado por Mark Bourke, após deteção da situação, o Banco iniciou uma investigação interna e apresentou uma denúncia junto do Ministério Público, o que levou ao início de uma investigação que está agora em curso. De igual modo, o Banco reportou o assunto ao regulador e à autoridade de supervisão competente nesta matéria“.
“De igual modo, o Novobanco reportou o assunto ao regulador e à autoridade de supervisão competente nesta matéria”, destaca a instituição que explica que “foram imediatamente adotadas todas as medidas necessárias e adequadas à situação, com vista à proteção do banco e de todos os seus stakeholders, tendo o banco agido em total coordenação e cooperação com as autoridades competentes”.
Interinamente, o cargo de Chief Risk Officer será assumido pelo CEO Mark Bourke.
O plano de sucessão foi já ativado pelo Comité de Nomeações do Conselho Geral e de Supervisão e, segundo o banco, “os respetivos desenvolvimentos serão anunciados oportunamente, logo que concluído o processo”.
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