O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito à segunda parte do jogo de futebol entre Estoril Praia e FC Porto, disputada em 21 de fevereiro, que levou a uma reviravolta no resultado e saldou-se na vitória dos dragões por 1-3, confirmou hoje ao Jornal Económico fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR).
“A queixa relacionada com a segunda parte do jogo Estoril Praia-FC Porto foi remetida ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, onde deu origem a um inquérito que se encontra em investigação”, disse fonte oficial da PGR.
A abertura do inquérito surge depois de, a 1 de março, a PGR ter confirmado que recebeu uma denúncia sobre a eventual viciação de resultados da segunda parte do Estoril – FCP, que se jogou a 21 de fevereiro, em jogo a contar para a 18.ª jornada da Liga NOS que se saldou na vitória da equipa de Sérgio Conceição, por 1-3, num embate que estava a perder por 1-0 ao intervalo, quando, em 15 de janeiro, foi interrompido devido a problemas de segurança.
Em causa está uma denúncia sobre uma alegada reunião entre dirigentes do FC Porto e representantes da Traffic, empresa que detém a maioria do capital da SAD do Estoril, dias antes da realização da segunda parte do jogo dos dragões no Estoril. Depois da realização dessa segunda parte, e de acordo com a mesma denúncia, terá sido feito um depósito de 730 mil euros na conta da SAD do Estoril.
Na semana passada, o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, afirmou que este montante se refere a dívidas para com o Estoril Praia, nomeadamente sobre a transferência do Carlos Eduardo para o Al Hilal e a cedência de Licá.
Registaram-se também declarações públicas de César Boaventura, agente de jogadores e líder da empresa GIC, que partilhou no Facebook um vídeo onde insinua que um jogador do Estoril facilitou no encontro da passada semana com o FC Porto (1-3), sem nunca referir qualquer nome.
Na sua publicação, o empresário recorda uma alegada ligação desse futebolista a Pedro Pinho, “o tal agente que me levantou uma calúnia que não tem perdão, com relações privilegiadas no FC Porto e antigo sócio do filho do presidente [n.d.r.: Alexandre Pinto da Costa].”
Os jogadores estorilistas foram criticados por terem tido atitude passiva e falta de empenho, levando o próprio treinador, Ivo Vieira, no final do jogo, a não esconder a sua desilusão com a exibição. “Dava dó ver o Estoril hoje, em campo, metiam dó”, afirmou o técnico no final do encontro.
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