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La Redoute tem estratégia omnicanal e privilegia marcas portuguesas

Vencedora do Troféu Investimento aposta numa oferta digital, mas também em lojas físicas para completar a experiência dos clientes.
7 Novembro 2021, 17h00

A conquista do Troféu Investimento, no âmbito dos galardões atribuídos anualmente pela Câmara de Comércio Luso-Francesa, significa o reconhecimento do percurso feito, diz ao Jornal Económico o CEO da La Redoute Portugal, Paulo Pinto.
O gestor define a empresa como “uma marca de ADN francês, muito acarinhada em Portugal”.
Em Portugal, a La Redoute tem concretizado uma estratégia assumidamente de omnicanal, com a abertura de duas lojas em menos de um ano. O objetivo, diz Paulo Pinto, é “combinar o melhor do comércio físico com todas as vantagens do comércio digital”. “Assim, assumimos um posicionamento deliberadamente figital”, reforça.
“Abrir uma loja física em plena pandemia foi, de facto, um desafio, mas era algo que estava no nosso roadmap e por isso decidimos avançar. Com este passo quisemos tornar acessível fisicamente a experiência de compra na La Redoute, desmistificando receios e eliminado barreiras. Quisemos mostrar-nos, dar a cara”, acrescenta.
O crescimento da empresa, atualmente, faz-se muito assente na oferta direcionada ao mercado da casa por ser, segundo o gestor, o que apresenta maiores expetativas de progressão, devido à saturação sentida no mercado de pronto a vestir.

A procura crescente no mercado do mobiliário e decoração e com as vendas desta tipologia de artigos a aumentar, a empresa sentiu que era o momento de abrir espaços físicos. “Se, por um lado, desmistificamos receios de uma compra online de artigos de valor de venda superior ao mercado do vestuário, por outro, aproveitamos a oportunidade para proporcionar ao cliente uma experiência de compra bastante mais completa”.
E depois de abrirem duas lojas num espaço inferior a um ano, a La Redoute encontra-se num período de avaliação, para perceber os efeitos da mudança. “Neste momento, precisamos de dar tempo a tempo e retirar as devidas conclusões”.
O mercado da “moda” continua a ser central no negócio, a par do mercado da “casa”. “A nossa aposta na ‘casa’ surge para satisfazer claramente uma lacuna de mercado. Por outro lado, a ‘moda’ tem menos margem de progressão devido à saturação do mercado. A concorrência neste sector é intensa, com o consumidor a valorizar o preço baixo”, explica o CEO da La Redoute Portugal. “É expectável que, a seu tempo, o mercado privilegie outros atributos, fazendo com que o ‘slow fashion’ recupere terreno, contrariando assim a velocidade e desequilíbrios que inevitavelmente o ‘fast fashion’ origina”, considera. “Nós, enquanto marca, temos o dever de passar esta mensagem e agir de forma coerente. Este é, aliás, o único caminho possível para cumprirmos com o grande desafio que todos nós temos: a sustentabilidade do nosso planeta”, alerta.

Futuro sustentável
Inovação e sustentabilidade são dois conceitos que orientam as ações desenvolvidas pela empresa. “Seguimos diretrizes muito concretas no que respeita o cumprimento de metas relacionadas com responsabilidade social corporativa e sustentabilidade e diariamente damos passos importantes no cumprimento destes objetivos”, explica Pinto.
Até 2025, a La Redoute quer que todos os seus artigos sejam 100% responsáveis, no âmbito das ofertas La Redoute Collections, La Redoute Intérieus e AM.PM. Este objetivo será alcançado já em 2022 no mercado da moda. Em 2030, a empresa quer atingir a neutralidade em emissões de carbono, através de 50% de redução e de 50% de compensação, e assumiu também o compromisso de abolir por completo o uso de plástico de uso único no final da década.

Para atingir estas metas, estão implícitas muitas alterações e um recurso constante à inovação que engloba todo o ciclo do produto. “Também a qualidade do serviço prestado ao consumidor está muito assente na nossa capacidade de inovar e de colocar ao dispor do cliente ferramentas e soluções que vão ao encontro das suas necessidades. Por último e em jeito de resumo, todas estas metas suportam uma estratégia única assumidamente omnicanal”, diz Carlos Pinto.
Em 2022, o objetivo é posicionar a marca num patamar sustentável e continuar o percurso de alargamento de oferta, privilegiando sobretudo marcas portuguesas.
“Com o mercado da casa a assumir uma posição de destaque, também as relações com profissionais no setor b2b têm vindo a conquistar terreno”, diz Paulo Pinto.

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