O Banco Central Europeu (BCE) já antecipava que iria ser desenvolvida uma vacina contra a Covid-19 a tempo de ser administrada ao longo da primeira metade de 2021. Por isso, a presidente do supervisor bancário europeu, Christine Lagarde, não considera que a vacina seja, por si só, um “game changer” para as projeções económicas de Frankfurt.
“Para as nossas projeções, a vacina não é um ponto de viragem porque, no nosso cenário base, já antecipávamos que iria ver uma vacina na primeira metade de 2021 e começaria a ser administrada”, revelou a francesa, esta tarde, durante uma sessão de perguntas e respostas n âmbito da conferência “Bloomberg New Economy Forum”, que se realiza esta terça-feira.
O BCE vai apresentar as próximas projeções económicas no dia 10 de dezembro.
A presidente do BCE reiterou que a incerteza registada em 2020 será atenuada no próximo ano, mas alertou que a recuperação total da economia europeia para os níveis não vai acontecer antes do final de 2021, isto é, daqui a sensivelmente um ano. “Creio que vamos ter um pouco menos de incerteza do que o que tivemos em 2020. Espero que as descobertas tecnológicas e na biotecnologia ajudem daqui para a frente, mas acredito que 2021 vai ser um ano difícil, especialmente na primeira metade. E acredito que não vamos alcançar os níveis pré-pandemia antes do final do ano”, salientou Christine Lagarde.
A francesa disse que a segunda vaga da pandemia “chegou mais cedo do que pensávamos” e que acarreta dois riscos principais. O primeiro, prende-se com a alteração do comportamento dos agentes económicos — investidores, consumidores e empresários. “Eles podem olhar para esta crise não como um acontecimento único, que daria lugar a uma recuperação da economia em forma de “V”, mas sim um acontecimento com repercussões mais alongadas no tempo. O que é que acontecerá se aumentarem os níveis de poupança enquanto medida de precaução e o que é que acontecerá se continuarem a adiar decisões de investimento por causa da incerteza” causada pela Covid-19, questionou Lagarde.
O outro grande risco que a segunda vaga pode materializar — e que tem sido evitado — é um risco financeiro que iria exacerbar ainda mais a presente crise económica. Christine Lagarde chamou-lhe de “financial spillover” que iria “amplificar as pressões económicas” já existentes. “Temos de ficar afastados disso porque seria uma factor agravante”, concluiu.
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