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Lameirinho reconhecida como caso de sucesso internacional

Empresa portuguesa do têxtil-lar exporta 90% do que produz, aposta nos segmentos de luxo, está presente nas redes internacionais de distribuição, mas continua a assumir-se como uma empresa familiar.
22 Outubro 2022, 22h00

A Lameirinho é uma empresa portuguesa especializada em produtos de têxtil-lar que constitui um caso de sucesso, com a particularidade de ser reconhecida como de qualidade e competitiva no concorrido mercado internacional, mas mantendo uma organização que ainda mantém um cariz familiar. Foi a empresa liderada, agora, pela terceira geração da família Coelho Lima que venceu o “Trofeu Júri 2022”, na 28ª edição dos Troféus CCILF, uma iniciativa promovida pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa.

Fundada em 1948 – está à beira de comemorar as bodas de diamante –, a Lameirinho nasce em Pevidém, no coração do Vale do Ave, aproveitando a abertura do pós-guerra para a instalação de novas unidades fabris, modernas, com que se procurava o desenvolvimento equilibrado da fiação e da tecelagem, com recurso a processos automáticos. Joaquim Martins Coelho Lima, que tem, na altura, experiente, com mais de uma dúzia de anos como preparador de teias, e empreendedor, já com negócio próprio, obtém uma licença para funcionar em regime industrial, com apenas dois teares mecânicos, que se tornaram a base da estrutura industrial e comercial que hoje constitui a empresa.

Negócio focado no merado internacional
A família Coelho Lima investiu – a disponibilidade financeira que o negócio liberta é canalizado para o investimento – e transformou-se numa das mais importantes empresas portuguesas do sector do têxtil-lar, com instalações modernas que ocupam cerca de 200 mil metros quadrados, empregando perto de 800 pessoas, com um parque que chega quase às duas centenas de teares, com uma atividade focada, essencialmente, no mercado internacional, com mais de 90% da produção a ter como destino a exportação.

A empresa portuguesa vende nos cinco continentes, exportando para 35 países, mas os Estados Unidos da América são o mais importante mercado fora e portas, seguindo-se, na Europa, o mercado francês e, mais longe, o inglês.

A empresa minhota é especialmente conhecida pelos lençóis que fabrica, sendo fornecedora da roupa de cama para cadeias de hotéis de renome como o Ritz, Marriot, Sheraton ou InterContinental. O reconhecimento é geral e a empresa orgulha-se de estar referenciada por ter sido uma das marcas selecionadas para figurar no álbum oficial comemorativo do jubileu de platina da rainha Isabel II, do Reino Unido, em que são revistos os 70 anos como chefe de estado, através de 250 imagens, entre as quais uma roupa de cama fabricada pela Lameirinho.

Além da capacidade industrial, a empresa liderada por Paulo Coelho Lima conta com uma rede de comercialização, com lojas oito físicas e distribuição online. Está presente no mercado com as marcas próprias Lameirinho Collection, Home Attitude, ASA e Hierba (que integraram o portefólio com a aquisição da Monesal, em Barcelona), mas também está licenciada para maracas como Purificación Garcia, Agatha Ruiz De La Prada, Antonio Miro e Namorar Portugal, vendendo através de plataformas como a La Redoute ou a Amazon. Acresce a operação em regime de private label para, por exemplo, a Zara Home, do grupo Inditex, ou a Pinzon, da Amazon.

A capacidade de produção anual da Lameirinho será de, aproximadamente, cinco milhões de peças têxteis para o lar – um segmento que inclui roupa de cama, de mesa e banho –, utilizando uma variedade grande de tecidos, com o mercado do luxo a ter um peso relevante. “Para nos diferenciarmos, a nossa aposta são os produtos de nível cada vez mais alto, de luxo e hiper-luxo”, apontou Paulo Coelho Lima, ainda em 2020.

Mesmo com a pandemia, em que adaptou as suas linhas de produção para o combate à Covid-19, contribuindo com o apoio a unidades hospitalares com os seus produtos e pelo equipamento de espaços de acolhimento criados para receber a população mais idosa, a Lameirinho fechou 2019 com uma faturação de 53,8 milhões de euros, o que representa uma ligeira descida face a 2018, mas registando um aumento da rendibilidade. No ano seguinte, as vendas aumentaram 11,5%, para 60 milhões de euros, com a gestão a premiar o esforço da equipa durante os tempos de instabilidade da crise pandémica com um prémio pecuniário geral.

A empresa assume como missão “produzir e distribuir produtos de têxtil–lar que visam proporcionar ao consumidor final bem-estar, momentos especiais e experiências únicas”, aliando “a qualidade do produto a uma constante atualização do design, procuramos sempre perceber, satisfazer e superar as expectativas dos clientes”, defendendo como valores a “integridade, qualidade, excelência, inovação e design, confiança e confidencialidade”.

A terceira geração da família Coelho Lima na liderança da empresa promete manter o lema de transmitir “emoções e bem-estar”.

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