Lava Jato: Ministério Público investiga suspeitas de corrupção nos Jogos do Rio

As autoridades federais cumpriram esta terça-feira dois mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, no Rio de Janeiro, relativamente a uma nova fase da Operação Lava Jato.

A Operação Unfair Play tem o objetivo de desmontar um esquema criminoso que envolve o pagamento de subornos em troca da contratação de empresas por parte do governo brasileiro.

As investigações, que contam com o apoio das autoridades francesas, indicam a possibilidade de participação de um empresário num suposto esquema de corrupção internacional, para a compra de votos para a escolha da cidade do Rio de Janeiro pelo Comité Olímpico Internacional.

Segundo a Folha de São Paulo, três dias antes da votação que escolheu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos’16, o presidente do Comité Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, teve um encontro com um dirigente nigeriano, no qual foi feito o pagamento de 2 milhões de dólares em troca de um voto a favor do Rio. O dinheiro foi enviado pelo empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur”.

“As investigações, iniciadas há nove meses, apontam que os pagamentos teriam sido efetuados em dinheiro vivo, como por meio da celebração de contratos de prestação de serviços fictícios, assim como também por meio do pagamento de despesas pessoais. Além disso, teriam sido realizadas transferências bancárias para contas de doleiros [pessoas que fazem negociações de moedas estrangeiras, muito comum no Brasil]”, cita a Agência Brasil.

Os mandados judiciais foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal, no Rio, e estão a ser cumpridos nos bairros do Leblon, Ipanema, Lagoa, centro, São Conrado, Barra da Tijuca, na zona sul, e do Jacaré, na zona norte, e no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e em Paris.