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Lava-Jato: Ex-presidente da Petrobras preso com bilhete só de ida para Lisboa

Empresário terá recebido cerca de 3 milhões de reais em suborno em espécie da Odebrecht para não prejudicar a empresa em futuras contratações.
  • REUTERS/Diego Vara
27 Julho 2017, 20h06

O ex-presidente da Petrobras e ex-presidente do Banco Brasil, Aldemir Bendine, foi preso no âmbito da mega-investigação Lava-Jato, esta quinta-feira. O empresário terá recebido cerca de 3 milhões de reais em suborno em espécie da Odebrecht para não prejudicar a empresa em futuras contratações, segundo informações da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) que investigam na Lava Jato.

Bendine foi preso temporariamente hoje em São Paulo, na 42ª fase da Lava Jato, denominada Operação Cobra e teria um bilhete só de ida para Lisboa.

Segundo as investigações, antes de receber os 3 milhões de reais, em 2015, Bendine pediu outros 17 milhões de reais de suborno à Odebrecht quando ainda era presidente do Banco do Brasil. Em troca, atuaria para favorecer uma dívida da Odebrecht Agroindustrial.

Bendine foi presidente do Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, quando substituiu Graça Foster na presidência da Petrobras. A investigação contra Bendine teve como base as delações premiadas de Marcelo Odebrecht, ex- presidente-executivo do grupo Odebrecht, e de Fernando Reis, executivo da companhia.

Os indícios dos procuradores mostram que os pagamentos foram feitos em três repasses de um milhão de reais, todos em 2015, feitos através de contratos fictícios de consultoria junto a uma empresa laranja, informou o MPF.

Na nota do MPF, o procurador da República Athayde Ribeiro Costa destacou a audácia dos envolvidos. “É incrível topar com evidências de que, após a Lava Jato já estar em estágio avançado, os criminosos tiveram a audácia de prosseguir despojando a Petrobras e a sociedade brasileira”, disse.

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